Entidades empresariais de Santa Catarina se manifestaram nesta quinta-feira sobre o desfecho da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB), barrada na noite de quarta-feira em votação na Câmara dos Deputados. Por um lado, afirmam defender a Operação Lava-Jato. Por outro, ponderam que, no momento econômico e político do país, a permanência do peemedebista é a melhor opção para garantir estabilidade e o avanço das reformas.

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A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Santa Catarina avalia que a movimentação das bancadas mostrou que mesmo os partidos que votaram contra o presidente são favoráveis à agenda de reformas estruturantes. Para o presidente da entidade, Bruno Breithaupt, a expectativa é de que essa coesão em torno do governo signifique união também na agenda de reformas.

— A decisão de quarta-feira abre caminho para as mudanças estruturantes necessárias ao Brasil. A reforma da Previdência precisa ser retomada ainda este ano, mesmo que não seja apreciado todo o texto encaminhado pelo governo — pondera.

Bruno também reforçou que a Fecomércio é favorável a investigações e punição a quem comete crimes, independentemente do partido e incluindo apurações contra o presidente. Defende o avanço da Lava-Jato e de uma reforma política ampla:

— Essa reforma é essencial ao país, mas da forma como vem sendo conduzida na Câmara e no Senado, é uma afronta à sociedade brasileira. O Congresso está desvirtuando os objetivos e fazendo na prática uma reforma eleitoral para defender os próprios interesses.

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A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) destaca que os empresários são favoráveis à Lava-Jato e que uma das principais bandeiras da entidade é lutar contra a corrupção no país. O presidente da Facisc, Ernesto Reck, ressalta, porém, que a suspensão da denúncia foi o melhor para o Brasil nesse momento.

— Para o momento econômico do país, consideramos que este não é o momento de uma nova substituição de presidente, mas que a economia precisa de alguma segurança. A percepção do empresariado é de que precisamos de estabilidade — diz.

A mesma linha de discurso é seguida pela Federação da Indústrias (Fiesc). Para o presidente da entidade, Glauco José Côrte, existe um consenso no setor industrial de que o país entrar num ciclo de estabilidade política. Por conta disso, ele viu com bons olhos a decisão da Câmara de manter o mandato de Temer:

— O setor produtivo está iniciando um processo de recuperação econômica e qualquer movimento brusco atrapalharia. O que se espera agora é que o Congresso dê andamento às reformas. Isso melhorará a confiança de mercado e o ambiente de negócios no Brasil.

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