Mesmo antes de o aumento de impostos ser confirmado pelo governo, algumas entidades de Santa Catarina ligadas ao setores de combustível, comércio e indústria já falavam abertamente sobre os prejuízos e impactos negativos que a medida vai causar aos empresários do Estado.
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Giovani Testoni, presidente do SindiCombustíveis-SC, entidade que representa o comércio varejista de derivados do petróleo no litoral do Estado, classificou como negativo o impacto da medida e ponderou que, como o aumento será o dobro do que atualmente é praticado, o aumento deve sim chegar ao consumidor final.
— O reflexo disso é vai ser automático. Ficamos reféns disso e não há o que fazer, a não ser aceitar e repassar os custos aos consumidores. Porque são valores muito substanciais para não ser repassados — disse.
Por nota, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis (Sindópolis), Valmir Espíndola, criticou a manobra do governo e explicou que os postos só vão conseguir ter uma ideia real do impacto no preço final dos combustíveis após receberem os novos valores praticados pelas distribuidoras.
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Ari Rabaiolli, da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística (Fetransesc), avalia que, caso o aumento incida também sobre o diesel, o impacto nas atividades do setor será ainda maior.
— Penso que cada empresa vai procurar repassar (o aumento), mas em função da concorrência e do fato de os clientes não aceitarem aumentos, muitos devem absorver essa alta — lamenta.
Já no entendimento da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), o ideal neste momento seria, ao invés de aumento a carga de impostos, agir sobre as despesas do setor público. Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, a indústria, mesmo em meio ao momento de crise, não parou de produzir, importar e gerar empregos, logo não deveria ser prejudicada mais uma vez.
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— Entendemos que o governo está fazendo um esforço para cumprir a meta fiscal, mas qualquer aumento, por menos que seja, sempre terá impacto. Por princípio, o Brasil nem deveria aumentar a carga tributária, pelo contrário, deveríamos iniciar um processo de redução da taxa de juros e ainda facilitar o acesso a financiamentos para o setor produtivo — defende Côrte.
Por nota, a Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio-SC), afirmou que o aumento é um contrassenso que “deve desencadear a alta nos preços em toda a cadeia produtiva”.
— Mais uma vez o Brasil opta por onerar o contribuinte. A federação é contra qualquer tipo de aumento de impostos, especialmente em um país no qual a carga tributária já atinge 38,0% do PIB. Estas medidas podem estancar ainda mais a produtividade, trazer perdas de competitividade e provocar aumentos dos preços, visto que os combustíveis são insumos básicos para a circulação das mercadorias no país — afirmou o presidente da entidade, Bruno Breithaupt.
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Novas alíquotas (dados repassado pelo Sindópolis):
Gasolina: de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 por litro.D
Diesel: de R$ 0,248 para R$ 0,4615 por litro.
Etanol (produtor): de R$ 0,12 para R$ 0,1309 por litro.
Etanol (distribuidor): era zerada e será de R$ 0,1964 por litro.