O cinegrafista da RBSTV, Gregori Flauzino, foi ameaçado por policiais civis durante a reconstituição da morte do surfista Ricardinho nesta terça-feira, na Guarda do Embaú, em Palhoça. Segundo informações da emissora, Flauzino fazia imagens de uma trilha próxima à cena do crime, fora da área de isolamento determinada pela polícia, quando foi abordado por uma equipe do COP (Central de Operações Policiais).
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Policiais ameaçaram prendê-lo e apreender o equipamento de filmagem caso o cinegrafista não apagasse as imagens. Ele cumpriu a orientação e foi escoltado para longe do local.
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Em nota oficial, a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACAERTE) repudia a ação dos policiais e afirma que o cinegrafista “sofreu uma lastimável ação repressora, digna dos tempos da ditadura”. A Associação Catarinense de Imprensa (ACI) diz que a atitude ameaça e impedimento do exercício da profissão e não condiz com as atribuições dos policiais.
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Confira notas na íntegra:
Nota da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACAERT):
A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão – ACAERT vem a público manifestar o seguinte:
– Na tarde desta terça-feira (27/01), a Polícia Civil fez a reconstituição da morte do surfista Ricardo dos Santos, na Guarda do Embaú, no município de Palhoça.
– Por questões de segurança, as polícias militar e civil cercaram a área para que a reconstituição fosse realizada com sucesso.
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– Em sua missão fundamental em informar a sociedade, a imprensa cobriu o fato, respeitando as orientações dos agentes de segurança.
– No entanto, um cinegrafista da RBS TV, emissora associada à ACAERT, sofreu uma lastimável ação repressora, digna dos tempos da ditadura.
– O profissional cumpria seu papel de informar, a partir de uma propriedade particular, distante do cordão de isolamento, quando foi abordado por três agentes da COP – Centro de Operações Policiais da Polícia Civil de Santa Catarina.
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– Numa ação arbitrária, o cinegrafista foi ameaçado e coagido a apagar as cenas gravadas.
– Neste sentido, a ACAERT repudia veemente a desastrosa ação dos policiais. Verdadeiro flagrante de um atentado à liberdade de expressão.
– Ao lamentar o episódio, a entidade aguarda providências das autoridades responsáveis pelo incidente, para que fatos como esse não se repitam. Entendemos que a época da censura é página virada em nossa história.
Florianópolis, 28 de janeiro de 2015.
Nota da Associação Catarinense de Imprensa (ACI):
A Associação Catarinense de Imprensa defende com veemência a liberdade de imprensa e o legítimo exercício da profissão dos profissionais de comunicação. A ACI condena a atitude de policiais civis de Santa Catarina contra a atuação de profissionais da RBS TV durante cobertura jornalística no município de Palhoça na última terça-feira. A atitude de determinar que as imagens filmadas dentro da legalidade fossem apagadas sob pena de prisão do cinegafista representa coerção, ameaça e impedimento do exercício da profissão e não condiz com as atribuições dos policiais.
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A ACI solicita explicações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina, se solidariza com o profissional e com a emissora e espera que fatos como esse não voltem a se repetir.
Diretoria da Associação Catarinense de Imprensa
Roger Bitencourt
Presidente em exercício da ACI
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