Mais policiais civis e militares para Joinville. É o pedido que será levado à mesa do governador Raimundo Colombo (PSD) por líderes de entidades representativas joinvilenses hoje, às 16h30, em Florianópolis.

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A comitiva irá propor o lançamento de concursos públicos para a contratação de policiais específicos para Joinville. Serão cobrados 600 policiais para a PM e outros 350 para a Polícia Civil. Os números são resultado de debates entre entidades como a Acij e a CDL com a cúpula da segurança pública na cidade.

– Vamos colocar isso para o governador. É o que tem de ser feito, o resto não interessa. Estamos com um efetivo ultrapassado, da década de 1980, enquanto a população se multiplicou. Do jeito que está, é insustentável – aponta o presidente da CDL, Carlos Grendene.

Outras reivindicações, como as já anunciadas 200 câmeras de monitoramento, também serão lembradas na reunião. Mas intenção é manter o foco no efetivo policial.

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– Infelizmente, não conseguimos ainda nem o cronograma para implementar as câmeras de segurança e um aumento real no efetivo de policiais para o Norte catarinense. A Acij continuará atuante para convencer as autoridades que Joinville encontra-se numa situação de vulnerabilidade jamais vista. A cidade que mais produz e arrecada precisa e merece de uma resposta rápida e eficiente – destaca o presidente da Acij, João Martinelli. A entidade será representada no encontro pelo vice, Clayton Salfer.

Na edição do fim de semana, “A Notícia” mostrou que os nomes à frente das polícias Civil e Militar em Joinville não escondem a necessidade de maior efetivo. Segundo o delegado regional Dirceu Silveira Júnior, seriam necessários mais 200 policiais para a criação da 1ª Delegacia de Polícia no Centro e das delegacias especializadas em tráfico, homicídios e roubos.

Outros 100 policiais, observa Dirceu, são necessários para agilizar as investigações. O comandante da Polícia Militar na região Norte, Benevenuto Chaves Neto, também reforça a necessidade de efetivo e considera inconcebível que os dois batalhões de Joinville, juntos, não somem mais de 600 PMs.

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Atualmente, o 17º Batalhão da PM (zona Sul) conta com cerca de 230 policiais e o 8ºBPM (Centro e Norte) com cerca de 400, mas estima-se que a cidade perderá cerca de 60 homens até o fim do ano por reforma, baixa e reserva. O efetivo da Polícia Civil em Joinville é de aproximadamente 170 policiais.

A secretária de Desenvolvimento Regional de Joinville, Simone Schramm, acompanha as lideranças empresariais de Joinville.

Ladrões mais ousados nos últimos meses

Vice-presidente da Acij e presidente da rede de lojas Salfer, Clayton Salfer também estará no encontro com Raimundo Colombo. Em conversa com a reportagem de “AN”, ontem, o empresário destacou que os últimos dois meses foram marcados pelo aumento das ações contra o comércio na cidade – na semana passada, a funcionária de uma loja chegou a ser baleada durante um assalto. Mas o apelo, diz Salfer, não é por mais segurança apenas no varejo.

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– É duro, como pai e marido, ver um funcionário meu ser baleado à queima-roupa, pelas costas. É duro, duas vezes por semana, ter funcionário com arma apontada na cabeça. E não somos só nós, no varejo, o descaramento está grande demais – desabafa.

A curto prazo, reforça o empresário, só o aumento no efetivo policial pode garantir mais segurança a Joinville. Mais unidades prisionais e mudanças na legislação são lembradas como medidas urgentes a médio prazo.

Investimentos em segurança particular, aponta Clayton Salfer, não bastam para impedir a ação dos criminosos.

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– Não posso armar minha loja, colocar grade e controlar a porta ou instalar detector de metal. Deveríamos ainda estar em um estado de direito – critica.