Sem aprovação de vacinas e com dificuldades para a compra de doses, o Brasil ainda vive a incerteza sobre o início da imunização contra a Covid-19. Por outro lado, Estados e municípios já se estruturam para aplicar as doses, mesmo sem um prazo definido para que isso aconteça. Em Santa Catarina, por exemplo, as maiores cidades já elaboraram planos específicos de imunização para facilitar a logística no momento em que houver uma definição.

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O Brasil, diferente de mais de 40 países que já aprovaram o uso emergencial, ainda não tem uma vacina liberada pela Anvisa. Duas candidatas estão mais próximas de conseguir esse aval. 

Enquanto o Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo, tem acordo de transferência de tecnologia para produzir a CoronaVac. o Ministério da Saúde apostou no imunizante da Oxford para que seja produzido pela FioCruz, no Rio de Janeiro. 

O governo lançou um plano nacional em dezembro do ano passado. Nele foram apresentados a operacionalização da imunização, o esquema logístico de distribuição das vacinas pelo país e as estratégias de comunicação para uma campanha nacional. O documento não apresentava quando seria o início da vacinação.  

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Nesta semana, uma data chegou a ser anunciada por membros da Frente Nacional de Prefeitos: 20 de janeiro. O start, contudo, depende da liberação para o uso emergencial das vacinas CoronaVac e AstraZeneca pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O anúncio deve ser feito no domingo (17). 

Ida à índia frustrada

Além da liberação, o governo federal tentou a compra de doses da AstraZeneca com a Ìndia. 

Uma aeronave partiria na sexta-feira (15) até o país asiático para trazer ao Brasil 2 milhões de doses. O lote seria um adiantamento do imunizante que posteriormente será produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). A partida, no entanto, foi adiada e a compra foi oficialmente frustrada — o avião chegou a mudar a rota para levar oxigênio a Manaus (AM). 

O impasse é resultado da ação do Ìndia para vacinar sua própria população. Sem a partida em busca de doses, o Ministério da Saúde enviou um ofício ao Instituto Butantan requisitando seis milhões de doses do CoronaVac. 

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Como SC se prepara para a vacinação contra a Covid-19

Apesar dessa incógnita quanto à chegada das vacinas em SC, os municípios e governo do Estado entraram nos últimos dias na reta final de preparação da logística para o recebimento das doses. Nesta sexta-feira (15), por exemplo, houve a definição de que os órgãos de segurança é que farão a escolta dos veículos que vão ser utilizados para o transporte dos imunizantes.

O colunista Anderson Silva já antecipou que a distribuição das doses ao município ocorrerá de acordo com a proporção da população que integra os grupos prioritários da vacinação. O protocolo será o seguinte: as vacinas chegam, são recebidas pela Secretaria de Estado da Saúde, que leva ao almoxarifado, faz a conferência, finaliza questões burocráticas e encaminha às 17 regionais de Saúde. A partir de então é que a distribuição às prefeituras ocorre na prática.

Na maior cidade do Estado, Joinville, a expectativa é de vacinar 112 mil pessoas na primeira etapa da campanha. O prefeito Adriano Silva (Novo) chegou a destacar nesta semana que as salas de vacinação estão prontas, os profissionais habilitados e os insumos — como seringas, por exemplo, garantidos. O prefeito usou o exemplo de que “se a vacina chegar amanhã, a vacinação começa depois de amanhã”.

Já em Blumenau, toda a imunização será concentrada na Vila Germânica, casa da Oktoberfest. A previsão é de aplicar as doses em 70 mil pessoas dos grupos prioritários na etapa inicial. O Setor 3, onde há uma câmara fria para estoque de cervejas, será utilizado para armazenar as vacinas — o Setor 1 já vem sendo utilizado como ambulatório de referência para casos suspeitos.

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Florianópolis, por sua vez, deve anunciar os detalhes do Plano Municipal de Imunização contra a Covid-19 na próxima segunda-feira (18).