Em um tempo em que a exploração espacial está se tornando uma realidade cada vez mais próxima, uma questão tem se levantado sobre a comunidade global: quem é o “dono” da Lua e outros corpos celestes? Essa incerteza foi abordada de forma decisiva através do “Tratado do Espaço Sideral”, ou “Tratado do Espaço Exterior”.
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Este tratado histórico, resultado de anos de negociações entre as principais potências espaciais e organizações intergovernamentais, busca estabelecer diretrizes claras para a exploração e utilização responsável do espaço sideral.
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Afinal, o que diz o tratado?
Como surgiu o Tratado do Espaço Sideral?
O Tratado do Espaço Exterior, também conhecido como Tratado do Espaço Sideral, é um acordo internacional fundamental que estabelece os princípios básicos para a exploração e utilização pacífica do espaço sideral. Ele foi elaborado pelas Nações Unidas e assinado em 1967, entrando em vigor também em 1967.
As origens desse tratado remontam à época da Guerra Fria, quando as potências mundiais estavam envolvidas em uma corrida espacial intensa. Na década de 1950 e 1960, tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética lançaram uma série de satélites e realizaram missões tripuladas ao espaço, demonstrando a capacidade de explorar e potencialmente explorar além da atmosfera terrestre.
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No entanto, havia preocupações crescentes sobre a militarização do espaço e a possibilidade de um conflito armado estender-se para além da Terra. Essas preocupações foram exacerbadas pela competição ideológica e política entre os blocos liderados pelos Estados Unidos e pela União Soviética.
Com o aumento das atividades espaciais e a perspectiva de futuras missões à Lua e além, surgiu a necessidade de estabelecer regras e princípios para garantir que o espaço exterior fosse usado para o benefício de toda a humanidade, em vez de se tornar um campo de batalha. Nesse contexto, as Nações Unidas começaram a discutir a elaboração de um tratado que regulasse a exploração e a utilização pacífica do espaço sideral.
Após extensas negociações entre os países membros das Nações Unidas, o Tratado do Espaço Exterior foi finalmente adotado em 1967. Este tratado estabeleceu princípios fundamentais, como a proibição do uso do espaço exterior para fins militares, a proibição da apropriação nacional do espaço sideral e de corpos celestes, evitando assim que a lua tivesse um “dono”. Além da obrigação de que a exploração do espaço seja realizada em benefício de toda a humanidade.
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O Caso de Dennis Hope
No entanto, mesmo com o estabelecimento do Tratado, algumas questões permanecem em debate. Um dos casos mais notáveis é o de Dennis Hope, um empresário americano que, em 1980, afirmou ser dono da Lua. Hope disse ter registrado uma declaração de propriedade da Lua na sede do Condado de San Francisco, alegando que não havia nenhuma lei internacional que proibisse tal ato. Desde então, ele tem vendido terrenos lunares para indivíduos em todo o mundo, apesar da contestação de especialistas legais e da comunidade científica sobre a validade de suas reivindicações.
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