Rebeldes do movimento jihadista Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla local) avançam nesta sexta-feira (6) rumo a Damasco, capital da Síria, na intenção de montar um cerco e derrubar o governo do ditador Bashar al-Assad. Segundo o jornal The Wall Street Journal, autoridades do Egito e da Jordânia teriam pedido para que o ditador deixe o país.

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Rebeldes têm conquistado cidades de destaque na Síria, movimentação que fez reascender a guerra civil que se estende por 13 anos no país. Ainda nesta sexta, lideranças do HTS disseram que suas tropas estão nos limites da cidade de Homs, a terceira maior do país.

“Nossas forças libertaram a última vila nos arredores da cidade de Homs e agora estão em suas muralhas”, afirmou o grupo em uma rede social.

Com a conquista de Homs, os rebeldes ultrapassariam uma das principais barreiras no caminho até Damasco, e estariam a menos de 200 quilômetros ao Norte da capital. O governo de Assad enxerga o local como decisivo para o conflito.

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Após as ameaças, autoridades do Egito e da Jordânia pediram que Bashar al-Assad deixe o país e forme um governo no exílio. Familiares do ditador já teriam deixado a Síria, segundo o The Wall Street Journal.

O chefe do HTS, grupo rebelde que já foi filiado ao grupo terrorista Al-Qaeda, disse em entrevista ao The New York Times que o objetivo do grupo é derrubar o governo de Bashar al-Assad e “libertar a Síria de um regime opressivo”.

Também nesta sexta-feira, uma aliança apoiada pelos EUA e liderada por combatentes curdos sírios conquistou Deir el-Zor, o principal reduto do governo no deserto do leste do país, segundo a Reuters.

Se somando a Aleppo e Hama, no noroeste e no centro do país, Deir el-Zor se tornou a terceira cidade importante a sair do controle do ditador dentro do período de uma semana.

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Avanço de rebeldes reacende guerra na Síria

Com a ofensiva dos rebeldes, a guerra na Síria, que acontece desde 2011, foi reacendida. O conflito teve seu estopim na Primavera Árabe, momento em que o Exército de Assad reprimiu as manifestações em massa.

A partir da repressão do exército, as manifestações se transformaram em revolta armada, apoiada por militares desertores e grupos islamistas, que resultou em uma guerra civil.

Já no período, rebeldes entraram em conflito com as forças do ditador Bashar al-Assad e conseguiram conquistar alguns territórios. Porém, Assad se manteve no poder, com apoio da Rússia e do Irã, seus principais aliados.

Mais de meio milhão de pessoas morreram e 6,8 milhões de sírios deixaram o país desde o início da guerra. O governo conseguiu retomar o controle de cerca de 70% do território do país, enquanto o restante das áreas seguem ocupadas por tropas opositoras e estrangeiras.

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Ao longo dos últimos 13 anos, a situação não teve grandes mudanças no país. Contudo, o avanço rápido dos rebeldes pelo país pode ser explicado, segundo comandante de uma das brigadas rebeldes, pela falta de apoio do Irã no país. Os grupos financiados pelo governo iraniano teria enfraquecido nos últimos meses por conta das ações de Israel.

*Com informações de g1

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