O empresário Luciano Hang, dono de uma das maiores redes de departamento do Brasil, foi convocado para depor na CPI da Covid nesta quarta-feira (29), às 10h. Hang é suspeito de fazer parte do “gabinete paralelo”, grupo que supostamente aconselha Bolsonaro sobre a pandemia do coronavírus e dissemina notícias e informações sobre tratamentos sem comprovação científica.

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A comissão já entrevistou diversos membros do suposto gabinete paralelo, como Mayra Pinheiro, secretária de Gestão de Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, conhecida como “Capitã Cloroquina”. Agora, chegou a vez do empresário catarinense, defensor de Bolsonaro.

O nome de Hang apareceu na CPI na última semana, quando Pedro Benedito Batista Jr., diretor da empresa de planos de saúde Prevent Senior, prestou esclarecimentos à comissão.

A empresa é suspeita de orientar a distribuição do kit do “tratamento precoce” de forma indiscriminada e de pressionar os profissionais conveniados a prescreverem a medicação.

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A mãe de Hang, que morreu em fevereiro, estava internada em um dos hospitais próprios da rede Prevent. Foi assim que o nome do empresário apareceu na CPI. O relator e senador Renan Calheiros, durante o depoimento do diretor, afirmou que o prontuário de Regina Modesti Hang foi adulterado. A senhora de 82 anos contraiu Covid-19 e foi internada. A causa da morte, porém, não está registrada como coronavírus.

Logo após a morte da mãe, Hang fez um vídeo defendendo o “tratamento preventivo”, que não tem comprovação científica.

— Não podemos mais cuidar de quem morreu, mas podemos cuidar de quem está vivo. Tome a decisão acertada. Eu me cobro hoje que eu poderia ter salvado a minha mãe, de repente, se eu tivesse feito o “preventivo”. E agora eu fico me perguntando: “se eu tivesse feito, será que ela não estaria viva?” — falou em vídeo postado nas redes sociais.

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Ao contrário da declaração do catarinense, o prontuário apresentado à CPI da Covid mostra que Regina havia tomado hidroxicloroquina e ivermectina antes da internação. 

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Depois que o documento foi à tona, Hang explicou nas redes sociais que sua mãe contraiu Covid, mas morreu em decorrência das comorbidades que tinha. O empresário ainda afirmou novamente que a mãe não fez tratamento precoce.

“Ela era cardíaca, tinha diabetes, insuficiência renal, sobrepeso e outras comorbidades. Tomava dezenas de medicamentos diariamente, por isso não fizemos tratamento preventivo, aquele realizado antes de contrair o vírus. Quando os sintomas apareceram levamos para São Paulo e a doença evoluiu rápido. Lutamos com ela por mais de um mês, nesse tempo o Covid passou, mas ficaram as complicações por conta das comorbidades e, por isso, infelizmente ela se foi”, escreveu.

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O empresário disse estar incrédulo por falarem de sua mãe na CPI. O senador Marcos Rogério foi em defesa de Hang e afirmou que faltou “ética” do relator Renan Calheiros ao trazer o prontuário de uma paciente, protegido por lei. Por outro lado, senadores aprovam o depoimento do catarinense na comissão. 

Sobre o compromisso, Luciano Hang se manifestou em nota oficial: “Será um prazer estar presente e falar de todo o trabalho que foi feito visando ajudar no enfretamento da pandemia, buscando auxiliar na saúde do povo brasileiro e também na economia”, escreveu.

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