A Secretaria de Educação de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, vetou o livro “O menino marrom”, de Ziraldo, das escolas do município. O caso aconteceu devido a uma passagem da obra em que os dois protagonistas têm a ideia de fazer um pacto de sangue. Com informações do O Globo. 

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O livro, de 1986, mostra a amizade de duas crianças, uma branca e outra preta, que decidem fazer um pacto de sangue para selar o laço entre eles. No trecho que incomodou os pais, os meninos tem a ideia de pegar uma faca, mas recuam e buscam um alfinete. Depois, decidem usar apenas uma tinta vermelha, mas por não acharem, selam a amizade com tinta azul. 

Ziraldo, desenhista e escritor, morreu neste ano, aos 91 anos. A obra vetada das escolas de Minas Gerais é considerada uma das mais importantes da carreira dele. 

A polêmica começou quando um pai gravou um vídeo reclamando do trecho do livro. As imagens circularam rapidamente pelos grupos de mensagens. A partir disso, um pastor da cidade, filiado ao PL, publicou nas redes que o livro “não diz nada sobre o racismo, induz as crianças a fazer pacto de sangue cortando o punho”.

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Além do pacto de amizade, outro trecho que incomodou os pais foi a passagem em que o menino deseja que uma velhinha que o trata mal seja atropelada a caminho da missa. “O menino marrom” foi distribuído para crianças do 3º e 4º ano (com idades entre 8 e 10 anos), antes de ser recolhido pela prefeitura nesta quarta-feira.

Em nota, a secretaria afirmou que a obra “é um recurso valioso na educação, pois promove discussões importantes sobre respeito às diferenças e igualdade”, mas, diante das “diversas manifestações e divergência de opiniões”, pediu a suspensão temporária dos trabalhos sobre o livro, para “melhor readequação da abordagem pedagógica, evitando assim interpretações equivocadas”.

Veja fotos de Ziraldo

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