Fonte de muitas dúvidas entre as mulheres, a chamada pílula do dia seguinte também é considerada por médicos um medicamento importante, já que diminui a quantidade de gravidezes indesejadas e abortos. Muito da dificuldade em conversar sobre o assunto vem do tabu criado em volta da contracepção de emergência – por isso, conversamos com Jaqueline Lubianca, professora de ginecologia e obstetrícia na UFRGS. A primeira recomendação que ela fez foi: “parem de chamar de pílula do dia seguinte“:
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– A contracepção emergencial pode ser usada por até cinco dias com uma boa eficácia. É claro que o ideal é usar nas primeiras 24 horas, nas quais a eficácia é de 85%, mas ainda pode ser utilizada depois de até sete dias – explica a médica, citando a taxa de funcionamento: a cada oito gestações potencias, sete seriam evitadas com a pílula.
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Uso excessivo pode causar efeitos colaterais
Outro mito que a professora descarta é o de que a pílula emergencial altera o ciclo menstrual. De acordo com ela, se a pílula tiver sucesso e a gravidez não acontecer, a menstruação ocorrerá normalmente, dentro do ciclo natural da mulher. O que pode alterar o ciclo natural é usar a pílula mais de uma vez em um mês:
– Utilizar mais de uma vez no mês não causa nenhum problema maior no corpo da mulher, mas é um indicativo forte de que ela precisa usar outro método contraceptivo. Esse uso também pode causar sangramentos, mas nada mais grave – indica.
É claro que a pílula do dia seguinte não deve ser usada como primeira escolha de contraceptivo – em outras palavras, não é um substituto da camisinha ou da pílula. Principalmente porque é menos efetiva do que ambos. Deve, também, ser usada após consulta ao médico. Atualmente, a contracepção emergencial (lembrando, esse é o nome mais correto da “pílula do dia seguinte”) é a mais indicada em casos que saem do controle. Não usou camisinha? Usou, mas ela estourou? Se perdeu na hora de usar a pílula? O recomendado é a contracepção emergencial.
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– É extremamente segura, sem contraindicações maiores. Pode ser usada por hipertensos, não está associada a risco de tromboses, pode ser usada por quem usa pílula, por isso damos sempre preferência à chamada pílula do dia seguinte – explica.