O Milton é o terceiro grande furacão a atingir os Estados Unidos em pouco mais de três meses. Esta pode ser a pior temporada de furacões da história do país, já que a passagem dos fenômenos batizados de Helene e Beryl também causaram destruição significativa. Especialistas apontam alguns fatores que contribuíram para o aumento da passagem de furacões em um período curto de tempo. As informações são do g1.

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O Milton está previsto para tocar o solo da Flórida entre a noite desta quarta (9) e a madrugada de quinta-feira (10). Mais de 1 milhão de pessoas receberam ordens para sair de casa e procurar por abrigos imediatamente. 

Meteorologistas apontam dois fatores principais para essa sequência de furacões: o aquecimento dos oceanos, especialmente do Atlântico Norte, e a transição para o La Niña.

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Fotos de satélite mostram o Furacão Milton

Aquecimento dos oceanos

Furacões se formam em sistemas de baixa pressão atmosférica, alimentados pelo calor e umidade dos oceanos quentes.

— Para ganhar força, os furacões precisam de um oceano muito quente para usar de combustível. Então, quanto mais quente o oceano, mais forte deve ser a tempestade — analisou Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, ao g1.

A Corrente do Golfo, uma corrente de água quente, também favorece a formação de furacões na região da Flórida. Estudos indicam que as tempestades no Atlântico têm uma probabilidade maior de intensificação rápida devido ao aquecimento global, que aquece os oceanos e facilita o fortalecimento dos furacões.

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— O aquecimento global tem feito com que as anomalias dos oceanos sejam mais acentuadas. A gente está tendo os oceanos cada vez mais quentes, com ondas de calor marítimas mais quentes e frequentes — observa Luengo.

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La Niña

A transição para a La Niña contribui para um aumento na quantidade de furacões. Isso ocorre porque a condição diminui o cisalhamento vertical dos ventos na atmosfera, o que favorece a formação de furacões.

O cisalhamento vertical refere-se à mudança na velocidade e direção do vento com a altura. Quando o cisalhamento é baixo, as condições são mais estáveis para o desenvolvimento de ciclones tropicais.

Embora a La Niña ainda não esteja completamente configurada, há uma tendência de resfriamento da atmosfera, com menos cisalhamento. Segundo o relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), a faixa do Niño 3.4 está com um resfriamento de 0,3ºC, indicando uma possível transição para a La Niña até novembro.

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Esse fenômeno climático ocorre quando há um resfriamento significativo das águas do Oceano Pacífico Equatorial, o que pode acontecer a cada 3 a 5 anos. A La Niña é estabelecida quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano.

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