No ano passado, o Criciúma inovou ao trazer o analista de desempenho João Roberto Sauthier da Fonseca em busca de melhora na qualidade do elenco.
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Com a permanência na Série A e as trocas de cadeiras entre uma temporada e outra, Sauthier foi para o Flamengo e o clube decidiu ampliar o trabalho de inovação além da análise. O Tigre criou o cargo de coordenador técnico científico e Armando Desessards, 47, foi contratado. Ele explica que a função não é tão misteriosa assim.
– Meu trabalho é dar suporte e subsídio para que a comissão técnica e a gerência de Futebol quanto ao desempenho dos atletas em campo e possíveis contratações – afirma.
Em outras palavras, uma das propostas de Desessards é acompanhar jogos e treinos e abastecer a comissão técnica de informações para aproveitar ao máximo o potencial de cada atleta do elenco. Essas informações são concentradas nos scouts, que reúnem os dados do atleta em campo: cruzamentos, passes certos e errados, chutes, além de questões táticas de movimentação em campo.
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Outra função desenvolvida, inédita no Tigre, é criar um departamento de observação, acompanhamento e cadastramento de atletas. Nesse cadastro vão constar desde o histórico do jogador em outros clubes, scouts, suas características, potencial a ser explorado e situação contratual.
– Quando o clube tiver necessidade, dentro de um perfil definido a partir deste cadastro, a gente já vai ao mercado sabendo onde tem um jogador mais barato a revelar, onde tem um mais caro que está terminando o contrato – diz Desessards. ??
Experiência
Desessards foi analista de desempenho no Ferroviário (CE), onde estava antes de vir para o Criciúma. Antes, ele já havia feito o mesmo trabalho na Ulbra, entre 2001 e 2006. No Internacional, coordenou as categorias de base de 1993 e 1995.
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Natural de Uruguaiana (RS), Armando trabalhou também como treinador no São Luiz (RS), Internacional de Santa Maria (RS), Brusque, Ulbra Ji-Paraná, Esportivo (RS), Santa Cruz (RS), Brasil de Pelotas (RS), Ferroviário (CE), Guarany de Sobral (CE), Pelotas (RS), Cruzeiro (RS).
Por que científico
É difícil de se acostumar com o nome “científico” em um cargo no mundo do futebol. O estranhamento é inevitável. Entretanto, Desessards explica que a ideia da direção, que implementou o nome, é ir além da função de coordenação técnica. Ou seja, dar ares de que o trabalho é mais teórico.
– Foi colocado científico no nome do cargo na medida em que se quer um trabalho um pouquinho mais rebuscado, mais embasado. Justamente para dar esse cunho maior de pesquisa, de scout, de trabalho de computação de dados, de análise. É um pouquinho mais técnico e menos de campo, mais teórico – conta Desessards.
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