Diferentes fatores resultaram no fenômeno da maré seca, observado nesta quinta-feira (29) em Santa Catarina. Em Itajaí, o píer de passageiros no rio Itajaí-Açu ficou praticamente "em terra" durante a manhã. Em Florianópolis, a situação também foi percebida. Na Beira-Mar Norte, por exemplo, a maré recuou a ponto se de formarem bolsões e faixas de areia em diferentes pontos.
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O meteorologista da NSC Comunicação Leandro Puchalski, explica que a causa está relacionada com a chamada maré astronômica, e não com fatores meteorológicos. De acordo com a Defesa Civil de Itajaí, a maré astronômica se caracteriza pela subida e descida do nível do mar e de outros corpos de água que têm ligação com ele, como estuários e lagunas. Ela resulta da atração gravitacional exercida pela Lua e pelo Sol sobre a Terra.
Segundo Marinho Stringari, meteorologista da Defesa Civil de Itajaí, a maré seca também é causada por um persistente vento Nordeste, que fez as ondas se afastarem da costa e se formarem em alto-mar, puxando água da orla. Além disso, a mudança da lua minguante para a lua nova contribui para causar esse efeito.
— Não é um fenômeno que ocorre muito, mas todo inverno acontece de duas a três vezes — pontua Marinho.
Ele acrescenta que, na região de Itajaí, a maré baixa é percebida desde o início da semana, justamente pela persistência de vento Nordeste na zona costeira.
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Marinho reforça ainda que essa ocorrência não tem relação nenhuma com o período de estiagem que o Estado enfrenta:
— Não tem relação nenhuma com o clima seco, só com o nível do mar, que recua.
Nesta sexta-feira pela manhã, a maré continua baixa em Itajaí. À tarde, porém, a situação começa a se normalizar e ela sobe em toda a costa. O meteorologista alerta pescadores e responsáveis por pequenas embarcações:
— Pode haver encalhes principalmente nas entradas e saídas dos rios, nas bocas das barras. Tem localidade que tem a barra bem pequena, então a orientação é que tenham cuidado especial.

Histórico de ocorrências em SC
O fenômeno da maré seca não é raro em Santa Catarina. Em 2017, provocou um fato inusitado: o recuo do mar deixou à mostra em Florianópolis os destroços do navio Guarará, que havia afundado 63 anos. A embarcação estava a mais de 100 metros da areia da praia do Pântano do Sul, no Sul da Ilha. No mesmo período daquele ano, em Balneário Rincão, no Sul do Estado, o mar chegou a recuar 30 metros.
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