Transporte público integrado e mobilidade estão entre os assuntos mais destacados nas campanhas dos candidatos à prefeitura de Florianópolis. Uma das soluções apontadas para os problemas é o projeto dos BRTs (Bus Rapid Transit ou Ônibus de Transporte Rápido).
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O sistema é liderado pela Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf) e prevê esquema de faixas exclusivas de ônibus (veja a definição de BRT ao final da matéria).
Entenda o que os candidatos da Capital dizem sobre o sistema BRT:
Angela Amin (PP)
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“Como eu venho afirmando durante toda a campanha, nos meus pronunciamentos e debates, vou liderar o processo de integração metropolitana proposto pelo Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (Plamus), sob coordenação da Suderf. Certamente, o projeto dos BRT1 e corredores exclusivos são parte importante disso e vamos implementá-los. O município fará a sua parte, garantindo as obras e os investimentos que lhe competem, porém é preciso encadear essas ações com o Estado e a União e é nisso que precisamos agir de maneira intensa. A integração não pode ser apenas um conceito, tem que estar respaldada em práticas que a concretizem. O governo Raimundo Colombo corrige um erro histórico ao retomar a região metropolitana, extinta há 12 anos e que impôs um atraso considerável a todos os municípios que não puderam concretizar seus macroprojetos. Quando eu fui prefeita, eu presidi a região metropolitana com o entendimento da importância de se planejar a região conjuntamente. Não só no âmbito da mobilidade. Hoje, com os problemas que se impõem às cidades, essa integração tem que se refletir em outras áreas, como a estruturação de consórcios metropolitanos em saúde, saneamento, meio ambiente e gestão de resíduos sólidos. Sem nos esquecermos de outro ponto fundamental: o plano diretor metropolitano, que terá um papel essencial na construção de uma integração regional efetiva.¿
Gean loureiro (PMDB)
“O desafio da mobilidade em Florianópolis é complexo e não se resolve apenas com obras viárias e ações estanques. É preciso um novo olhar para o espaço urbano. A solução passa por questões como o incentivo à descentralização da cidade, induzindo o desenvolvimento dos bairros, e pela urgência de que seja um projeto efetivamente encampado por toda a região metropolitana e gerido de forma conjunta. Não pode ser só uma decisão do prefeito de Florianópolis, mas deve ter no prefeito da Capital, sim, o seu maior incentivador. O BRT é comprovadamente uma alternativa contra o caos do trânsito nas cidades e, por isso, é destaque no Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis). Mas junto com os ônibus rápidos, modernos, que circulam em canaletas exclusivas e reduzem o tempo de viagem e os gargalos do tráfego, é urgente a inversão da lógica atual de uso do espaço. O que defendo é um transporte coletivo moderno, rápido e eficiente, que integre vários modais – BRT, marítimo, rotas cicloviárias. Afinal, em nenhum lugar do mundo o uso de apenas um modal resolveu.Somos uma ilha, mas não podemos continuar no erro de nos planejar de forma isolada.”
O que é BRT?
Bus Rapid Transit ou Transporte Rápido por Ônibus é um sistema de transporte coletivo de passageiros com base em ônibus com faixas exclusivas. Para ser considerado um BRT, é preciso que o sistema tenha cinco características:
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1) faixa exclusiva;
2) alinhamento das faixas no corredor central da via;
3) pagamento da tarifa na estação, não dentro do veículo;
4) passagem livre para ônibus nas interseções;
5) plataformas de embarque em nível, alinhadas com o piso dos ônibus.
O BRT é uma tecnologia brasileira, desenvolvida na gestão do ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner, na década de 1970. Embora já existissem faixas de ônibus em vários lugares no mundo antes disso, foi Lerner quem idealizou o sistema da forma como é conhecido hoje.
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