No dicionário, cooperar é atuar em conjunto para um mesmo fim. Contribuir com um trabalho. Colaborar. É isso que Vilmar Coelho faz. Membro associado da Cooperativa de Trabalho Educacional de Professores e Especialistas (Cooepe), aos 64 anos, além de presidente, também é o coordenador um grupo de 20 professores que atuam na Grande Florianópolis. Ao todo, a cooperativa conta com 130 professores que se dedicam ao ensino de ao menos 5 mil jovens e adultos em todas as regiões do Estado.
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Coelho e o grupo docente da Cooepe fazem parte do grupo dos mais de 2,4 milhões de associados que integram as 258 cooperativas ativas em Santa Catarina. Os dados, divulgados pela Organização das Cooperativas do Estado (Ocesc), ainda revelam que cooperatismo emprega cerca de 63,3 mil catarinenses. Só em em 2018, a receita operacional do conglomerado somou R$ 35,6 bilhões.
— Somos uma instituição sem fins lucrativos e conseguimos atingir o público com um valor de mensalidade quase social. Todos os professores que trabalham conosco são cooperativados e fazem parte da empresa, são sócios. Com isso a gente entende que tem um engajamento melhor, o pessoal é mais focado no projeto, consegue atender com mais qualidade — detalha Coelho.
Cooperativas estão presentes em 12 áreas econômicas de SC
A Ocesc estima que, atualmente, 12 ramos da sociedade e economia catarinense contam com alguma cooperativa. Só no setor da educação, em que Coelho atua, são 5,3 mil instituições no Estado. Apesar disso, a educação não está entre as cooperativas que calculam maior volume de receita.
Nesse sentido, a agropecuária, seguido pelo setor de crédito e saúde lideram. Só o agronegócio é responsável por 62% da movimentação econômica de todas as cooperativas do Estado. Trabalho, produção, habitacional, mineral, apesar de registrar menor expressão econômica, também se organizam para prestar serviços especializados.
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— O agronegócio é o que tem mais valor econômico. Agora, em crescimento do número de associados, quem se destaca é a cooperativa de crédito. Isso é reflexo de um trabalho ao longo dos anos, feito junto ao Cooper Jovem, que abraça jovens de oito a 11 anos nas escolas, e também a mulher cooperativista, que tem forte atuação há pelo menos 15 anos — contextualiza o presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin.
Jovens e mulheres representam metade dos cooperativados
Dados da Organização das Cooperativas do Estado (Ocesc) revelam que, em Santa Catarina, 54% dos associados em cooperativas são jovens até 25 anos e mulheres. Desse total, a parcela feminina representa 38%, ou 936,5 mil cooperadas. Já a participação de jovens equivale a 16%. Juntos, são 391,3 mil associados em todos os ramos econômicos e sociais do Estado.
Vilmar Coelho, hoje presidente da Cooperativa de Trabalho Educacional de Professores e Especialistas (Cooepe), conta que a cooperativa voltada para formação básica de jovens e adultos, foi criada em 2005 a partir da idealização de ums professora, que se uniu com outros 20 profissionais.
— Na época a cooperativa era liderada por uma professora, que hoje já faleceu. Ela foi a mentora do nosso projeto de educação de jovens e adultos. Achamos que essa era a melhor forma de levar esse projeto à comunidade e ter um retorno positivo — lembra.
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Cooperativas são como redes de apoio
Luiz Vicente Suzin, o presidente da Ocesc, explica que as cooperativas funcionam como redes de apoio e que, exceto as cooperativas de crédito, que permitem associação de qualquer pessoa, nos demais setores o ideal é que o cidadão já trabalhe no ramo.
Para Suzin, a importância de um associado e de uma cooperativa na sociedade, está relacionada a como ela ajuda a desenvolver a comunidade onde atua.
— As cooperativas não pensam só no econômico, mas também no social. No âmbito geral, na época boa ou na época ruim, a cooperativa está sempre do lado do associado, participando, contribuindo, comprando a produção, independente das dificuldades. O benefício de ser associado é justamente esse — conclui.