Entenda o que é tromboembolismo pulmonar, causa da morte de estudante após treino em SC

Eduardo Bardini da Silva, de 23 anos, que foi encontrado morto em 23 de maio no carro, após treinar em uma academia em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, morreu por conta de um tromboembolismo pulmonar, segundo a declaração de óbito. As informações são do g1.

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Ao g1, o médico-pneumologista Ricardo Malinverni esclareceu sobre as causas da condição, os fatores de risco e formas de prevenção.

Após ir na academia, homem é encontrado morto dentro de carro em Criciúma

Segundo o médico, apesar do acontecido, “a maioria dos casos de embolia pulmonar são leves e não vão levar o paciente à morte”.

— A embolia pulmonar é a obstrução da circulação pulmonar, de uma artéria pulmonar por um trombo, um coágulo. Normalmente esse coágulo se origina em uma veia da perna, da panturrilha ou da coxa, e esse trombo se solta da perna e vai até chegar ao coração. Depois ele obstrui, entope um vaso da circulação pulmonar. Quando ele entope um vaso da circulação pulmonar, acaba prejudicando a oxigenação do sangue pelo pulmão — resume o pneumologista.

Para maior compreensão, o médico compara a circulação pulmonar a uma árvore cheia de galhos, que representam as artérias do órgão.

— Quando a gente obstrui um vaso de calibre maior, que é responsável por uma área grande de oxigenação do pulmão, a gente pode ter uma embolia pulmonar, causando sintomas ou causando prejuízos mais importantes — explica.

E os sintomas?

Segundo Malinverni, a presença de sintomas pode variar entre os pacientes:

— A embolia pulmonar pode ser desde uma situação em que a pessoa nem percebe, não tem nenhum sintoma importante, até uma situação que cause muita falta de ar, muita dispneia, uma queda da oxigenação muito importante, até a morte, quando ela é uma embolia pulmonar que a gente chama de maciça.

Há pessoas que são mais suscetíveis?

— Normalmente, a embolia pulmonar acontece em pacientes que têm algum fator de risco, ou seja, alguma condição que aumenta a probabilidade de ela ter algum trombo e que esse trombo depois vai chegar até a circulação do pulmão — declarou Malinverni.

Fatores de risco

O médico explicitou algumas situações e ações que aumentam o risco da condição. Confira:

• Pacientes que fizeram cirurgia recente e precisam ficar imobilizados, acamados ou parados por muito tempo;
• Viagens longas, em avião ou ônibus, em que a pessoa fica muito tempo parada, sem mexer as pernas;
• Fumar;
• Usar anabolizantes;
• Pacientes com câncer ou em tratamento contra câncer em qualquer parte do corpo;
• Pacientes com doença hematológica ou anomalia na coagulação do sangue.

Malinverni explica que o sangue ficar muito parado nas pernas facilita a formação dos chamados trombos.

Como prevenir

O profissional também listou formas de prevenção.

• Sempre levantar e mexer as pernas, caminhar, durante viagens longas;
• Para pacientes em cirurgia, geralmente é prescrita uma medicação anticoagulante;
• Mão fumar;
• Não usar anabolizantes.

A morte do estudante

Eduardo Bardini era estudante de nutrição e morador de São Ludgero, município catarinense habitado por 13,5 mil pessoas. Segundo a Polícia Civil, o jovem de 23 anos saiu da academia, onde havia praticado atividade física, e se dirigiu ao carro após se sentir “um pouco indisposto”.

A morte de Eduardo foi descoberta 5 horas após ele acessar o veículo. As causas da morte foram tromboembolismo pulmonar e cardiopatia dilatada (insuficiência cardíaca), de acordo com a declaração de óbito. A Polícia Civil trata a morte como natural, uma vez que não há sinais de violência.

O estudante iria se mudar para Criciúma no início de junho, onde fica a universidade em que estudava. Apaixonado por musculação, estava em busca de “maior qualificação profissional”, diz o amigo Gabriel Perini.

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