Em participação no podcast “Quem Pode, Pod”, a cantora Iza disse ser demissexual. A orientação sexual, pouco conhecida, consiste em se relacionar sexualmente somente com quem tem conexões emocionais.

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— Eu demoro muito para querer transar com alguém. Acho que só se tiver alguma conexão com a pessoa. Transei uma vez e fiquei ‘meu Deus, fui violada, invadida’, com aquela sensação de ‘porque fiz isso?’. Demorei para entender que não tinha nada a ver com o boy, mas comigo — afirmou a cantora.

Demissexuais como Iza estão dentro do espectro da assexualidade (o “A” da sigla LGBTQIA+). Isso indica a falta de atração sexual parcial, condicional ou total por outras pessoas – e apesar de não ter vontade de fazer sexo, não há nada que impeça a pessoa de ter relações, sentir prazer ou ter libido, por exemplo.

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No caso dos demissexuais, a situação é condicionante: caso estabeleça um vínculo afetivo forte com outra pessoa, sente atração física e se relaciona sexualmente, afirma a sexóloga Priscila Junqueira.

A profissional reforça que essa falta de atração não deve ser confundida com ausência de desejo.

— Quando é disfunção, desejo hipoativo, que acomete tanto homens quanto mulheres, precisa ser olhado e cuidado. Na assexualidade simplesmente não tem essa atração sexual pelo outro, e a demissexualidade está dentro do espectro. Vai ter atração sexual sim, mas por alguém que esteja envolvida emocionalmente — diz Junqueira.

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Existem outras subcategorias de assexualidade, como o arromântico, que não sente atração sexual nem romântica; o demirromântico, que sente atração afetiva só com fortes laços emocionais; o romântico, que pode sentir atração romântica e pode ser homossexual, heterossexual ou pansexual; e, por fim, a menos conhecida, a gray-a, que sente atração sexual ocasional, mas não precisa de vínculo forte.

Psicóloga há 20 anos e co-fundadora do Ipser (Instituto de Psicologia e Sexologia Essência Rara), Junqueira afirma que todas essas categorias ajudam as pessoas a entenderem melhor quem verdadeiramente fato.

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— O que acontece é que as pessoas não conseguem nem nomear e ficam se sentindo fora de um grupo, sem se entender sem se conhecer — afirma a sexóloga.

A consequência é que uma condição normal acaba gerando ansiedade e preocupação. “Isso nos leva de novo à necessidade de falar da sexualidade, de ter uma educação em sexualidade. Porque com esse conhecimento, já se consegue ter essa nomeação e a pessoa pode se apropriar daquilo que é parte da sua identidade, se aceitar”, declara.

A produtora de eventos Jeanine Adler, 27, levava na brincadeira a falta de atração por outras pessoas, até que se identificou com a definição de demissexual que viu em um blog.

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— O vínculo do demissexual não é necessariamente gostar. Pode ser afetivo, romântico, intelectual, já vi acontecer. Para mim, tem que ser muito forte para gerar atração. Namorei quatro pessoas e senti com apenas uma — afirma.

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Adler chegou a pensar que havia algo errado com ela, mas a identificação de demissexualidade tirou um peso de suas costas.

— Já tinha sofrido muito sem saber o que era, me senti aliviada, me senti mais confortável e totalmente validada — conta a produtora. 

Reportagem de Danielle Castro

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