Entenda o que é Erisipela, infecção na perna de Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL) está com erisipela na perna, uma infecção na pele causada por bactérias. O vereador Carlos Bosonaro (Republicanos-RJ) publicou a foto da condição do presidente neste domingo (4) em seu canal no Telegram. Segundo o filho de Bolsonaro, a imagem é de “poucos dias atrás”. As informações são do g1.

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“A erisipela desenvolvida na perna do meu pai. Foto tirada de poucos dias atrás. Fui informado que nesta fase já estava em processo de recuperação e tudo corre muito bem”, escreveu o filho do presidente. A publicação não permitia comentários de usuários.

Em entrevista ao jornal O Globo, em 16 de novembro, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também confirmou a doença em Bolsonaro ao justificar a ausência do presidente em uma cerimônia para receber as cartas credenciais de embaixadores estrangeiros.

— É questão de saúde. Está com uma ferida na perna, uma erisipela. Não pode vestir calça, como é que ele vai vir para cá de bermuda? — disse Mourão.

A reportagem do g1 procurou o Palácio do Planalto na tarde deste domingo, mas não havia confirmado a informação.

Mas o que é erisipela?

Segundo a dermatologista Ada Regina Trindade de Almeida, membro da diretoria científica da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em entrevista ao g1, a erisipela é uma infecção de pele causada por bactérias – a mais comum é o Estreptococo, mas outros microrganismos também podem estar envolvidos.

— É necessário que você tenha uma porta de entrada [para a bactéria], que pode ser uma ferida, uma picada de inseto, uma frieira entre os dedos dos pés ou uma micose que não é tratada, por exemplo — diz.

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É por meio dessa entrada que as bactérias, que se encontram no meio ambiente e não precisam de um contato com uma pessoa ou animal infectado para serem transmitidas, penetram na pele e se espalham com muita facilidade.

A doença pode ter um envolvimento com os vasos linfáticos e afeta com maior frequência nos membros inferiores, no entanto, a infecção pode atingir outras áreas também, como mãos e até mesmo o rosto, segundo a SBD.

Quais os sintomas da erisipela?

De acordo com a dermatologista ao g1, os principais sintomas são:

• dor
• vermelhidão
• calor
• inchaço
• e sinais de inflamação

— Sintomas gerais, como febre e mal-estar também podem acontecer, além da formação de bolhas no local — completa a dermatologista.

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Segundo a SBD, o quadro pode ter um início repentino, além de apresentar sinais de alerta, como:

• fadiga
• vômitos
• náusea
• fraqueza
• dor de cabeça
• e calafrios

Em casos mais graves, segundo Trindade, podem apresentar o escurecimento da pele no local infectado. Caso não haja um tratamento adequado, o quadro pode evoluir para uma infecção generalizada com risco de morte do paciente.

Ainda segundo Trindade, a doença é comum e pode acometer homens e mulher de todas as idades, com risco mais em idosos.

— Pessoas que têm uma tendência a ter varizes e dificuldades de circulação também têm um risco maior, assim como aquelas com algum problema de insuficiência cardíaca ou renal — afirma.

Pessoas obesas, com diabetes e com baixa imunidade também são mais suscetíveis à doença.

Como é o tratamento da erisipela?

Segundo o Ministério da Saúde, “o tratamento para a doença pode ser feito com uma combinação de várias medidas realizadas ao mesmo tempo, mas sempre de acordo com a orientação profissional”.

Estão entre elas:

• uso de antibióticos específicos para eliminar a bactéria
• repouso absoluto com as pernas elevadas para redução do inchaço (principalmente na fase inicial da doença)
• limpeza adequada da pele
• tratamento das lesões de pele que podem ter servido como porta de entrada

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— Quando o tratamento é feito da forma correta, na maioria dos casos a recuperação é total. Mas é importante reforçar a necessidade de tratar também a porta de entrada, caso contrário, há o risco de uma nova infecção bacteriana na mesma região — explica a dermatologista ao g1.

Trindade afirma ainda que é importante procurar médicos devidamente habilitados para o diagnóstico.

— Às vezes, as pessoas querem fazer o tratamento por conta própria e podem acabar piorando a situação. É preciso ir ao médico — finaliza.

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