A história de um representante comercial que manipulava cápsulas de fosfoetanolamina sintética preso em Pomerode reacendeu o debate sobre o tratamento contra o câncer.

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De um lado, pacientes acionam a Justiça para receber gratuitamente a substância que o Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), produz. De outro, oncologistas e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) explicam que não há testes clínicos em seres humanos nem pedido de registro para as cápsulas serem vendidas. No centro da discussão está Carlos Kennedy Witthoeft, preso em junho após denúncia anônima de que estaria produzindo a substância em casa.

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A fosfoetanolamina é uma molécula encontrada em membranas plasmáticas dos seres humanos com propriedades anti-inflamatórias e ligadas à defesa do organismo. As primeiras pesquisas datam de 1930 quando testes em bois comprovaram que ela é produzida pelo organismo.

Liderado pelo doutor Gilberto Orivaldo Chierice, atualmente aposentado, um grupo de pesquisadores começou a produzir a substância em laboratório. Artigos dos pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos, ligado à USP, publicados em revistas científicas relatam o desempenho da fosfoetanolamina sintética na inibição dos tumores e metástases.

Em uma das dissertações, de Renato Meneguelo, a substância foi testada em camundongos e in vitro e o resultado apontou que tumores diminuíram sem afetar células normais, aumentando a vida dos animais e mostrando vantagem sobre quimioterápicos comerciais.

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