O presidente do Ceará, João Paulo Silva, é alvo de investigação da Polícia Civil sobre uma acusação de utilizar o contrato da patrocinadora master para emitir mais de R$ 45 milhões em notas frias em 2024.
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Entenda o motivo da investigação envolvendo o presidente do Ceará
Segundo a Folha de São Paulo, a acusação é que o mandatário utilizou o contrato da casa de apostas Estrela Bet, então patrocinadora do clube, para emitir 85 notas frias pelo valor milionário. Porém, as notas eram canceladas até 72 horas depois de emitidas, após serem apresentadas a fundos de investimento para adiantar valores que o clube, na verdade, não receberia na totalidade, pois teria direito apenas cerca de R$ 17 milhões naquele período, por exemplo.
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Em contato com a Folha de São Paulo, João Paulo confirmou que emitiu as notas e cancelava na sequência, mas sem que fosse permitido no contrato e sem conhecimento da patrocinadora Estrela Bet. No entanto, afirmou que não poderia comentar sobre o processo por desconhecer.
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O fim do contrato entre a empresa de apostas e o Ceará aconteceu após a Justiça acatar o pedido de antecipação de provas apresentado por conselheiros de oposição do Vozão, que conseguiram acesso às notas canceladas. Eles juntaram outros documentos e entregaram para uma auditoria independente.
O relatório aponta que o clube realizou 40 termos de cessão de crédito, que se assemelha um empréstimo, apenas em 2023. A maior parte dos documentos foram para três fundos da gestora CVPAR – que não é investigada -, antiga patrocinadora do clube.
Por exemplo, o Ceará apresentava um documento afirmando que receberia R$ 1 milhões da patrocinadora e o fundo antecipava o dinheiro pagando R$ 923 mil, além de aceitar receber o valor integral de R$ 1 milhão, além dos juros.
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Na ocasião, o Ceará foi assessorado pelo escritório de advocacia, Vale & Vieira, que pertence ao CEO e fundador da CVPAR, Cláudio Vale Vieira, e recebia cerca de 8,5% de tudo que o Vozão arrecadasse com as notas.
Em contato com a Folha, a gestora de fundos afirma que “as operações são legítimas, regularmente lastreadas dentro da política de elegibilidade de créditos constantes do regulamento e foram devidamente liquidadas” e elogiou o Ceará como possuidor de “regular histórico de operações liquidadas, possuindo orçamento e receitas suficientes para honrar os seus compromissos”. A empresa afirma que só teria conhecido do cancelamento das notas, caso fosse comunicada.
A reportagem alega que João Paulo afirmou durante uma assembleia, em 30 de abril, que os fundos tinham conhecimento do cancelamento. No entanto, em contato com a Folha, afirmou que a CVPAR só ficou sabendo da prática neste ano, após a publicação.
Ainda de acordo com o portal, a Estrela Bet alegou que o clube cometia eventual crime com a prática e rompeu o contrato. João Paulo Silva foi reeleito presidente do Vozão e está na mira da investigação, além de outras oito pessoas sob suspeita de formação de quadrilha, apropriação indébita e lavagem de dinheiro na gestão do clube que jogará a Série A do Campeonato Brasileiro de 2025.
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