Quem teve o contrato de aluguel perto de completar um ano nos últimos meses se assustou com o reajuste no preço. Conforme o Sindicato da Habitação de (Secovi-SC), a alta foi de cerca de 10% nos últimos 12 meses e só não foi mais alta pois os acordos entre proprietários e inquilinos se tornaram comuns durante a pandemia.

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O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel disparou nos últimos 12 meses e teve alta acumulada de 31,12%

O Banco Central disponibiliza uma calculadora online para calcular quanto seria o reajuste do seu aluguel com base no IGP-M. Basta colocar a data do contrato e o valor acordado na época e a data de hoje que ele mostra o resultado. Acesse aqui.

Calculadora do aluguel
Calculadora do aluguel (Foto: Reprodução)

Acordos entre proprietários e inquilinos

Embora os proprietários tenham pleno direito de aplicar esse reajuste do IGP-M no valor dos aluguéis, não é o que tem acontecido na prática, segundo a diretora do Secovi Florianópolis/Tubarão, Viviane Mondardo.

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— O IGP-M ainda não é um indicador que reflita a realidade do mercado. Provavelmente o proprietário na hora de reajustar o aluguel com esse 31,12% corre o risco de perder o inquilino. Na prática agora, um aluguel de R$ 1 mil em Santa Catarina, está em R$ 1,1 mil porque está tendo muita negociação — explica Viviane. 

Segundo ela, como muitas pessoas passaram a trabalhar em home office, além das escolas e universidades estarem com aulas suspensas durante a pandemia, houve um êxodo dos grandes centros urbanos, por isso a variação no preço do aluguel depende muito de cada região da cidade. 

— A região ao redor da UFSC, em Florianópolis, eram uma região que não tinha negociação, porque tinha muita procura. Mas como a aula não voltou ainda, os proprietários negociam mais para não deixar o imóvel desocupado. O que a gente percebe é que as cidades pequenas, e bairros pequenos, tiveram mais aumento, pois as pessoas deixaram os centros urbanos — completa.  

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A polêmica do IPG-M 

O IGP-M é formado a partir da junção (média ponderada) de outros três indicadores, cada um com um peso diferente:  

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– Índice de Preços ao Produtor Amplo (60%): monitora a variação de preços de bens agropecuários e industriais percebidos pelos produtores.  

– Índice de Preços ao Consumidor (30%%): acompanha o comportamento de preços que impactam diretamente o consumidor final, como o varejo e serviços destinados ao consumo das famílias.  

– Índice Nacional de Custo da Construção (10%): leva em conta a variação de preços de materiais de construção e o custo de mão de obra especializada.  

Muitos especialistas dizem que ele não é o indicador ideal para calcular o preço do aluguel, já que, ao contrário do IPCA, considera também itens agropecuários e industriais. Ele é muito influenciado pelo dólar e pelo preço de produtos exportados como milho, soja e minério de ferro.  

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— O IGP-M teve uma aceleração desproporcional com o mercado imobiliário e durante a pandemia a gente viu que teve muita desocupação de imóveis. Então isso forçou a negociação com os proprietários dos imóveis que já estavam alugados — diz a diretora do Secovi.

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