Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos, foi sequestrada no Rio de Janeiro e está desaparecida há quase três meses. O caso da advogada foi exibido no Fantástico no último domingo (19) e expôs que os sequestradores exigiram um resgate de R$ 4,6 milhões. O valor já foi pago, mas Anic não foi solta. As informações são do g1.
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O valor alto exigido pelos sequestradores não é à toa. Anic é casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, um dos sete filhos do fundador do grupo que deu origem à universidade UNIGRANRIO, José de Souza Herdy.
Quem é Anic Herdy, esposa de herdeiro do RJ desaparecida há três meses
O empresário faleceu em 1989 e a família Herdy foi responsável por gerir o negócio até 2021, quando vendeu a instituição ao grupo Afya.
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A compra custou R$ 700 milhões: 60% do valor foi pago em dinheiro no momento da aquisição e o restante está sendo quitado em quatro parcelas anuais.
Não há detalhes sobre como o valor da venda da universidade foi dividido entre os sete herdeiros de Herdy. Mas o esposo de Anic é sócio, ao lado dos irmãos, do Hotel Fazenda Casarão da Afetiva, no Rio de Janeiro, e da Herdy Incorporações e Participações LTDA.
A última empresa foi aberta em 2020 e aluga imóveis próprios, além de ter outras atividades imobiliárias. Na época da abertura do CNPJ, o capital social da incorporadora era de mais de R$ 4 milhões.
Além disso, Benjamin e a esposa também são sócios na Lanic Consultoria e Serviços, empresa de gerenciamento de carreira.
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Sobre o sequestro
Anic sumiu em 29 de fevereiro após estacionar na Rua Teresa, em Petrópolis, e seguir a pé. No dia, Benjamin recebeu uma mensagem que dizia que a mulher foi sequestrada e seria solta somente pelo valor de R$ 4,6 milhões.
O valor já foi pago, mas Anic segue desaparecida. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o mentor do crime é um funcionário dos Herdy, Lourival Correa Netto Fadiga, que teve a ajuda dos dois filhos e da amante para sequestrar Anic e para gastar parte do resgate.
O MP do Rio também acredita que o funcionário e Anic viviam um relacionamento extraconjugal, e que Lourival teria a atraído até um shopping para um “encontro”. Para os promotores, o funcionário é “detentor de uma personalidade galanteadora, possuía relacionamento amoroso com várias mulheres, dentre elas a vítima Anic”. A defesa da vítima nega o relacionamento.
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A investigação também diz que Lourival se aproximou da família de herdeiros há cerca de três anos, prestando serviços de informática, e ganhou a confiança do grupo se passando por policial federal.
As instruções do sequestrador ainda indicavam que a família não procurasse a polícia e sim deixasse as negociações com Lourival. Para o MPRJ, isso já fazia parte do plano do funcionário, que estava em ação.
— Todo o dinheiro do resgate foi direcionado para Lourival, já que ele, em total manipulação de Benjamin, que nele confiava cegamente, indicou contas bancárias para as quais deveriam ser realizadas as transferências para pagamento do resgate — diz a denúncia.
O marido de Anic fez 40 transferências no total de R$ 3.390.066,85, para aquisição de dólares. Segundo o MPRJ, Benjamin sacou R$ 680 mil em espécie e pagou o restante do resgate em bitcoins. À época, um bitcoin valia cerca de R$ 70 mil. Como faltavam R$ 530 mil, Benjamin pode ter comprado oito bitcoins.
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“Os beneficiários dos valores confirmaram que as transações foram feitas em razão de negócios efetivados com Lourival”, emenda o MPRJ. “Ainda sem desconfiar de que estava sendo enganado por Lourival, Benjamin entregou os dólares e o dinheiro sacado a Lourival para que ele, no dia 11 de março, supostamente encontrasse os sequestradores e fizesse o pagamento do resgate”, diz o órgão.
O funcionário, Lourival, disse que os sequestradores determinaram que o dinheiro fosse deixado em uma lixeira na comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes.
No dia 11 de março, o “segurança” da família Herdy foi com os dois filhos à concessionária USA Star, onde deu meio milhão de reais, em notas de R$ 200 guardadas numa mochila, por uma picape RAM 3500 Longhorn, comprada no nome da filha, Maria Luíza.
Além disso, desembolsou R$ 30 mil via PIX por uma moto Royal Enfield Classic Dark Stealth Black, também no nome da filha.
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Conheça os réus
Lourival Correa Netto Fadiga, o Gordo ou Fatica
- É o arquiteto do plano criminoso: atraiu Anic para o Shopping Pátio Petrópolis e a conduziu para um local onde ela desapareceu;
- Manipulou Benjamin Herdy, enviando mensagens falsas exigindo resgate, além de indicar contas bancárias para transferência dos valores;
- Lavou dinheiro adquirindo um veículo de luxo e 950 aparelhos celulares.
Henrique Vieira Fadiga, filho de Lourival
- Participou na compra dos dólares para o pagamento do resgate e recebeu pessoalmente parte das cédulas;
- Esteve com o pai e a irmã na concessionária para a compra do veículo de luxo.
Maria Luíza Vieira Fadiga, filha de Lourival
- Também esteve na concessionária e pôs o veículo de luxo em seu nome;
- Para lavar o dinheiro, formalizou uma loja de conserto de celulares, que começou as atividades logo após o sequestro, e assumiu a negociação dos 950 celulares após a prisão do pai;
- Manteve contato com o fornecedor paraguaio para recebimento dos aparelhos.
Rebecca Azevedo dos Santos, amante de Lourival
- Manteve contato telefônico frequente com Lourival, especialmente nos dias críticos;
- Esteve no mesmo local e horário que o sequestrador no dia do crime;
- Assumiu parte das atividades criminosas após a prisão de Lourival, viajando para Foz do Iguaçu para resolver questões relacionadas aos 950 celulares adquiridos com o dinheiro ilícito;
- Contribuiu para esconder o dinheiro do resgate e a ocultação de provas relacionadas ao crime.
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O que a defesa dos denunciados diz?
A defesa de Lourival diz que só irá se manifestar diante do juiz, além de afirmar que os fatos investigados são meramente especulativos e baseados em suposições. A defesa também diz que não foi formalmente notificada da acusação contra o cliente.
O advogado dos filhos disse que está trabalhando para que tudo seja esclarecido.
Já a defesa de Rebecca, a amante, diz que confia que a inocência dela será comprovada e manifesta preocupação com a forma como a prisão foi decretada.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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