A sigla é OMD. Significa observar, memorizar e descrever é o principal item da cartilha dos funcionários de serviços de inteligência de Santa Catarina. A última exigência, saber passar adiante os dados coletados, ressaltada em treinamentos porque há a preocupação em não se perder informações se o agente escrever sem clareza. O ambiente é de pessoas com bastante confiança mútua e que não aceitam desvios de conduta.
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O perfil de quem atua nos serviços de inteligência é de alguém discreto, que não busca holofotes, não usa a imprensa para mostrar serviço e fazer propaganda de si mesmo e com um passado limpo. Antes de ser convocado, o agente selecionado passa por uma série de testes. A trajetória profissional e fora do escritório é investigada. Deslizes não são tolerados.
O agente de inteligência também precisa saber lidar com frustrações. Vai trabalhar com um fluxo de informações muito grande e que compromete várias pessoas. Ele não deve se iludir acreditando que todas as suas conclusões serão repartidas pelos tomadores de decisão. O cenário pode levar a desilusão, perda de rendimento e abandono do trabalho.
Fundamental saber mexer em eletrônicos
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Os integrantes dos setores de inteligência não podem se atrapalhar com equipamentos eletrônicos. Devem dominar diferentes tipos de programas de computadores, saber tirar fotos, filmar e manipular outros equipamentos não divulgados.
Os agentes da área costumam dizer que basta um manual em português para operar qualquer dispositivo. O domínio dos equipamentos é usado para obter dados por interceptações telefônicas, conversas com informantes, acompanhamento de pessoas e cruzamento de novos itens com o banco de dados.
O comandante da PM, coronel Nazareno Marcineiro, explica qual o papel das agências de inteligência nas decisões de uma corporação.
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Ele conta que uma rede de dados gera uma informação que é remetida para análise. O processamento do material coletado na rua se transforma em conhecimento e ajuda a definir qual caminho será seguido.
*Colaborou Diogo Vargas