Furacões como o Dorian, que chegou no arquipélago do oceano Atlântico no domingo (1°) com categoria F5 e caiu para a modalidade F2, nesta quinta-feira (5), ao se aproximar da Carolina do Sul e do Norte, nos Estados Unidos, tem como característica geral precisarem de água quente em uma coluna de 50 metros de profundidade. O fenômeno já deixou um rastro de destruição nas Bahamas.

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O professor Sergey Alex de Araújo, do Laboratório de Climatologia (LabClima), da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), explica que a temperatura da água do oceano precisa estar acima de 26,5°C para que um evento natural como o Dorian aconteça. Além disso, essa medição deve contar em 50 metros do fundo do mar para que os furacões ocorram.

— O que alimenta esse sistema é a troca de calor na forma de vapor d'água com a atmosfera. O poder de destruição está associado ao vento — explica ele.

Mauro Michelena Andrade, professor do Laboratório de Oceanografia Física, Escola do Mar, Ciência e Tecnologia da Univali explica que provavelmente a formação do Dorian se deu nesta época na costa Leste americana por causa da alta temperatura que se encontra o oceano Atlântico.

— Isso ocasiona grande diferença de temperatura entre a água e o ar. Isso forma esses centros de baixa pressão que giram em torno deles com grande intensidade de vento. Para o nível do mar, esses ventos que são fortes e causam mais problemas, vem do oceano em direção à costa, e por serem muito intensos durante muito tempo, eles têm a capacidade de empurrar com ondas grandes diretamente para a costa — diz.

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Um furacão de categoria F2, por exemplo, formam ondas de até 2,5 metros acima do nível normal nas costas litorâneas, o que acaba causando grandes alagamentos e enchentes, segundo Araújo.

Ele afirma ainda que "furacão, ciclone e tufão são sistemas idênticos, mas formados em áreas diferentes, e por isso, assim chamados, ou seja, é mais questão cultural que meteorológica".

— Santa Catarina não é uma área propícia para furacões. O Atlântico Sul tem águas frias, e o furacão precisa de água quente. Por isso foi uma excepcionalidade o Catarina em 2004 — comenta.

Já os tornados são comuns no Estado. De forma geral o Norte da Argentina, Uruguai, Paraguai, Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste do Brasil são suscetíveis à ocorrência desse evento.

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Conforme o professor, isso acontece porque há calor de um lado e frio de outro. Essa combinação potencializa frentes e tempestades, que por sua vez, facilita a ocorrência de tornados em nuvens de exagero vertical, como a "cumulonimbus".

— O tornado tem desenvolvimento diferente do furacão, e inclusive mais forte na intensidade do vento, mas muito pequeno em comparação com um furacão — afirma.

rota
Rota do Dorian segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Foto: Google)

Outros furacões

Atualmente existe o furacão Juliete na costa do Pacífico dos Estados Unidos, com ventos de 144 km/h (F1), o tufão Lingling com 207 km/h (F3) no Pacífico Asiático, e uma tempestade tropical no Atlântico Norte e no Pacífico na linha das Filipinas.

A região do Ocidente tem como costume chamar esses episódios meteorológicos de furacões, já na Ásia o termo mais usado é tufão e nas águas do Índico o registro é nomeado como ciclone. são sistemas de baixa pressão (ciclones) muito fortes.

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