Entenda como Ramires pode virar um “negócio da China” para o Joinville

O volante Ramires deixou o Joinville em 2007 sem ter conquistado nenhum título, mas ele continua tendo, até hoje, um importante valor para o Tricolor. Prestes a deixar o Chelsea com destino ao Jiangsu Suning, da China, o atleta pode gerar uma receita de mais de R$ 2 milhões aos cofres do JEC.

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O clube catarinense pode se beneficiar da transferência internacional do atleta por causa de uma ferramenta chamada pela Fifa de mecanismo de solidariedade. Em resumo, em toda a transferência internacional – e onerosa – de um atleta, os clubes que participaram de sua formação dos 12 aos 23 anos possuem o direito a uma indenização.

Há o rateio de 5% do valor dessa transferência entre essas equipes. Entre o 12º e o 15º aniversário de um atleta, cada clube tem direito a 0,25% do valor da transferência. Do 16º ao 23º, o valor é de 0,5% por ano. Caso o atleta tenha defendido dois clubes no mesmo ano, é feita a divisão entre os clubes pelos quais o jogador passou.

Ramires chegou ao Joinville em 2004, temporada em que completou 17 anos. Ele permaneceu no clube até 2007, com 20 anos. Assim, no entendimento do departamento jurídico do Tricolor, o JEC tem direito a 1,5% da negociação entre as equipes inglesa e chinesa – parte do valor referente a 2004 (0,25%), 0,5% referente a 2005, 0,5% referente a 2006 e outra parte do valor referente a 2007 (0,25%).

Com a possível venda de Ramires sendo estimada em R$ 145 milhões, o Joinville teria direito a R$ 2,175 milhões.

– Quando o Ramires foi vendido do Benfica ao Chelsea, nós pleiteamos 1,5%. No fim, foi pago um pouco menos porque fizemos um acordo e recebemos de forma antecipada. Mas iremos pleitear, novamente, 1,5% – esclarece o advogado do Joinville Roberto Pugliese Júnior.

O valor a ser pago é de responsabilidade da equipe contratante. De acordo com Pugliese, não deve haver dificuldade para o JEC receber o dinheiro caso a negociação seja concretizada.

– Agora, com o sistema do TMS implantado pela Fifa, é tudo automático. Se não pagar, não há a transferência. Estamos tranquilos quanto a isso.