A escrita é uma das principais formas de comunicação e o mundo das letras é algo fascinante, não só para quem já sabe ler, mas também para quem quer aprender. E neste grupo estão incluídas as crianças que, depois de dominar a comunicação oral, ficam ansiosas por aprender a se comunicar pela linguagem escrita.
Continua depois da publicidade
Há crianças que com apenas quatro ou cinco anos de idade já estão ansiosas para aprender a escrever. Curiosas, questionam a grafia de tudo e logo começam a complementar seus desenhos com palavras. De acordo com a psicopedagoga Ana Cássia Maturano, esse interesse precoce pode ser muito saudável aos pequenos, desde que seus pais saibam como lidar com ele.
– Os adultos não podem esperar que a criança nessa idade aprenda o que lhe é explicado. Se ela está interessada em saber como se escreve determinada palavra, os pais devem mostrar sim, mas sem a expectativa de que seu filho transforme aquela informação em conhecimento – diz Ana Cássia.
Para a especialista, o importante é deixar a criança explorar esse novo mundo sem exercer qualquer cobrança. Nesta idade, as crianças estão aprendendo a desenhar as letras, e não exatamente a escrever.
– Isso deve ser encarado como uma fase lúdica da alfabetização. Para estimula-la, os pais podem dar lápis coloridos, papel sem linhas e jogos com letrinhas para as crianças se familiarizarem com o alfabeto – afirma a presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), Quezia Bombonatto.
Continua depois da publicidade
Existem diversos brinquedos recomendados para crianças entre quatro e cinco anos que contribuem para a alfabetização, geralmente associando as letras a figuras. Para Quezia, não há problemas em permitir esse aprendizado em casa. Embora a diferença do nível de conhecimento possa destacar a criança de seus coleguinhas de classe, o interesse pelas letras não deve ser suprimido.
– Caberá aos professores fazer com que a criança alfabetizada precocemente não perca o interesse pela aula – diz ela.
A especialista ressalta que o incentivo não deve ultrapassar os limites da criança e que, portanto, os pais devem cuidar para não queimar etapas do desenvolvimento de seus filhos.