Passados três anos da revolução nos motores, a Fórmula-1 transformará as regras aerodinâmicas em busca de carros até cinco segundos mais rápidos por volta e, principalmente, de maior equilíbrio no grid.
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As alterações são um dos trunfos do recém-desaposentado Felipe Massa, que poderá, na missão de liderar a Williams, retomar o estilo de pilotagem mais agressivo que quase o tornou campeão.
Mais largos e com aerofólio menor, os carros ficarão mais “colados” no chão. Na prática, potencializará o efeito oposto ao das asas de um avião. A previsão é de que isso dê 2,5 segundos de ganho por volta. Os outros 2,5 segundos viriam dos pneus mais largos e resistentes, o que resultará em maior estabilidade e transformará algumas curvas em retas, além de reduzir o número de pit stops.
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Outro efeito é que os pilotos frearão mais tarde. Há preocupação de que isto reduza as ultrapassagens, mas a manutenção do DRS – sistema que facilita a passagem do ar na asa traseira e aumenta a velocidade nas retas – parece suficiente para evitar a monotonia.
Simulações sugerem que os pilotos ficarão mais tempo pisando fundo no acelerador – no circuito de Barcelona, na Espanha, eles devem passar 70% da volta acelerando, contra 50% no ano passado.
A nova realidade foi um dos motivos que fez a Williams trazer Massa de volta. Além da experiência de 14 campeonatos, o brasileiro terá a chance de retomar, em partes, o estilo de pilotagem de quando foi vice-campeão, em 2008. Na época, com pneus mais largos e resistentes, Felipe freava mais tarde, sobrecarregando os pneus dianteiros, mas compensando a saída mais lenta da curva com uma entrada mais veloz, ganhando tempo.
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Chances podem crescer se Williams repetir 2014
Não foi à toa que Massa perdeu desempenho após a redução no tamanho dos pneus dianteiros, em 2010 – o que diminuiu a aderência da parte da frente do carro – e depois de a Pirelli passar a produzir, a partir de 2011, propositadamente, compostos que se desgastam mais rápido – o que exigiu dos pilotos uma “tocada” menos agressiva, administrando a degradação para não perder desempenho.
É claro que um piloto de F-1 precisa ser “camaleão” e se adaptar às mudanças recorrentes, como fez, por exemplo, Lewis Hamilton, que superou o rótulo de gastador de pneus e ganhou mais dois títulos. Mas, no caso de Massa, que não obteve o mesmo sucesso, a “volta no tempo” de 2017 soa promissora.
Seria otimismo demais dizer que Felipe poderá ser competitivo a ponto de lutar por vitórias e título. Afinal, mesmo dispondo do motor Mercedes, o melhor disparado, a concepção aerodinâmica do novo carro da Williams será decisiva.
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Mas se o time inglês acertar a mão como fez na revolução de 2014, quando virou a terceira força da F-1, não será surpresa se Massa fizer, aos 35 anos e voltando da aposentadoria, a sua melhor temporada desta década na categoria.