Uma área ampla, alvo de grandes investimentos e com necessidade de uma mão de obra ainda escassa. Com os avanços da biologia molecular e das técnicas de informática, o biotecnólogo está cada mais requisitado na indústria farmacêutica, em empresas de melhoramento genético e na pesquisa em universidades.

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Biotecnologia é a ciência que abrange o estudo e a aplicação de organismos vivos em processos e produtos biológicos, visando à produção de materiais e substâncias para uso comercial. Apesar de ser um campo antigo, passou a ter extrema relevância com a rápida evolução da genética, em especial com a possibilidade de manipulação do DNA.

A maioria das graduações no Brasil é recente, e poucas já têm turmas formadas. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o curso surgiu em 2010, com duração de quatro anos. A formação começa com disciplinas básicas de biologia, física e química, e, a partir do quinto semestre, o aluno opta por uma ênfase: biotecnologia molecular ou bioinformática.

Segundo o professor Guido Lenz, coordenador substituto do curso da UFRGS, as ferramentas desenvolvidas podem ser aplicadas em áreas como agricultura, zootecnia e saúde humana. É possível modificar geneticamente uma planta para torná-la mais resistente a uma doença ou alterar proteínas para a produção de vacinas, por exemplo.

Crescimento é esperado na área industrial

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– Conheço, em Porto Alegre, umas cinco indústrias focadas em biotecnologia, trabalhando com anticorpos, com biorremediação. São indústrias novas e em pouca quantidade, mas a tendência é que elas cresçam muito. E já existe um movimento, principalmente de indústrias farmacêuticas da Europa, de terem filiais aqui – afirma.

Outro aspecto importante é a preocupação com o ambiente – Lenz destaca que as técnicas da biotecnologia possibilitam recolher material genético de organismos vivos sem retirá-los das natureza. Depois disso, as informações podem ser utilizadas em diversas atividades humanas.

Empreendedorismo é alvo do curso

Além de aprender as tecnologias relacionadas à biologia, o estudante da UFRGS também é incentivado a se tornar um empreendedor. Segundo a professora Irene Schrank, coordenadora do curso, algumas disciplinas do currículo enfatizam essa possibilidade de inovar e investir.

– Ele não precisa ser um empregado, pode criar sua própria empresa de biotecnologia. No currículo, temos a parte de ética, gestão e patentes. No Centro de Biotecnologia da universidade, temos uma incubadora de empresas. Os alunos terão a formação do curso e o apoio da universidade na incubadora – explica.

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Para a professora, o aluno interessado em se tornar um biotecnólogo deve estar preparado para ser multidisciplinar. É necessário gostar de todas as disciplinas da área das exatas, e não apenas de biologia. Matemática, física, química e informática estão presentes durante toda a formação.

Saiba mais sobre a Biomedicina

:: O que faz: estuda os sistemas biológicos para atuar em áreas como produção de alimentos, ambiente, vacinas, fármacos, melhoramento genético animal e vegetal, biologia molecular e engenharia de proteínas.

:: Mercado: a bioinformática é uma das áreas carentes. O fomento ao uso da biotecnologia para melhorar o conteúdo nutricional de alimentos sinaliza outro bom campo de atuação. O setor cresceu com a política nacional de desenvolvimento da biotecnologia, que incentiva os estudos científicos na área. Há vagas em institutos de pesquisa, universidades e empresas de biotecnologia.

:: Por que é um curso do futuro: está se expandindo na esteira de áreas relacionadas ao genoma e às proteínas. As informações contidas nos genes podem ser utilizadas em diversas atividades, como a produção de novos medicamentos e de alimentos transgênicos. Se antes era necessário cursar mestrado e doutorado para atuar como biotecnólogo, agora a graduação oferece uma formação mais rápida.

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