Diante de um cenário de famílias endividadas, redução de crédito e ameaça inflacionária, o consumo tende a cair e a disputa pela atenção do cliente nos supermercados será ainda mais acirrada.
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Convidado da 27ª Exposuper, realizada nesta semana em Joinville, o diretor da Nielsen Brasil, Olegário Araújo, alertou que a margem vai cair, e as palavras de ordem para os supermercadistas são aumentar a produtividade e ficar de olho no comportamento do consumidor.
Se ele precisa apertar as contas, que critérios vai utilizar? De acordo com Araújo, a primeira atitude é reduzir o consumo fora do lar. Isto significa que o supermercado pode dar destaque à oferta de congelados.
O próximo passo é diversificar os canais, em busca do preço mais baixo. Ele também diminuirá as idas aos pontos de venda durante o mês, e isto reduzirá a aquisição por impulso.
Outra medida será observar o tamanho das embalagens. Produtos como fralda e papel higiênico, por exemplo, tendem a ser adquiridos em grandes pacotes porque o preço final é menor. O movimento seguinte será a troca por marcas mais baratas, pelo menos, para consumo no dia a dia.
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– O consumidor troca a marca por uma mais barata durante a semana e no final de semana, para impressionar os amigos, compra uma mais cara – diz Araújo.
As marcas mais preservadas nessa hora são a dos produtos de higiene e beleza, que oferecem uma boa margem. O especialista recomenda atenção nesse setor.
O consumidor também vai querer preservar sua conquista. Se uma família passou a consumir iogurte, a alternativa para encaixá-lo no orçamento é comprá-lo em embalagens menores. Se ainda precisa economizar, a tendência é reduzir o volume de compras.
Um estudo nacional revela que de 2012 para 2013 houve queda no volume de negócios em hipermercados (-2,6%) e em bares (-3,6%) e houve um salto nas vendas de lojas por atacado (9,3%). O volume das farmácias aumentou 2,6%, e o dos minimercados, 2%.
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Compra no bairro
Silvio Ferreira Carvalho, 42 anos, é um exemplo de como se comporta o consumidor atualmente. Para ele, os aspectos mais importantes para definir o ponto de venda são o atendimento e o preço.
Silvio está atento a promoções e não compra em um só lugar. Busca em diferentes lugares o que cada um oferece de melhor. Ainda assim, há 15 anos, é cliente do mercado onde mora, no bairro Nova Brasília. Comprar em lojas da vizinhança é uma das tendências do consumidor brasileiro.