Considerada área de alto risco e de ocupação irregular, o Morro Coripós, no bairro Escola Agrícola, guarda nas casas desocupadas a memória de uma catástrofe. No dia 19 de novembro de 2008, a Rua Germano Grosch foi totalmente interditada por um deslizamento de terra que fez 48 famílias deixarem o local. A promotora de eventos Ondina Tavares, moradora há 30 anos do Coripós, lembra do caos daquele novembro. Mudou-se por uns dias para a casa da mãe, na Velha, até a rotina voltar ao normal.
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Sete anos depois sente-se aliviada e com esperança renovada. A casa dela foi uma das escolhidas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Nacionais (Cemaden) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para testar uma nova tecnologia que vai permitir uma resposta mais eficaz da Defesa Civil em situações de risco. No terreno, quatro prismas foram instalados para monitorar a movimentação de terra da área.
– Se for para ajudar a população por que não, não é? Eles pediram permissão para instalar os equipamentos aqui e eu deixei. Acho importante colaborar com a prevenção – disse Ondina.
Além da Germano Grosch, outras quatro ruas – Alvir Koehler, Aquidaba, Coripós e Maestro Franscico Baumgarten – ganharão 100 prismas que vão receber e refletir os sinais emitidos por uma Estação Total Robotizada (ETR) que ficará na Secretaria de Desenvolvimento Regional, a 1,5 quilômetro de distância. Eles ficarão apoiados em uma base de concreto ou em muros e paredes de casas. Os dados coletados 24 horas por dia serão enviados, via internet, ao Cemaden e à Defesa Civil, que poderá emitir alertas prévios aos moradores da área suscetível. A instalação, que começou na quarta-feira, deve durar três semanas e a primeira etapa do projeto vai coletar dados para servir de subsídio para pesquisas:
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– É um equipamento de altíssima precisão. Nesse primeiro momento vamos usar esses dados para estabelecer limiares críticos de acordo com as características do solo. Depois que analisarmos esses dados, os operadores podem optar em emitir um alerta ou não – explica o pesquisador do Cemaden Rodolfo Moreda Mendes.