Uma moedinha a menos no preço que reajusta a passagem do ônibus em Joinville foi o cartão de visitas do prefeito Udo Döhler (PMDB) em seu primeiro dia à frente da Prefeitura.

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MURAL: o que você achou da decisão?

A notícia de que revogaria o decreto do reajuste assinado por Carlito Merss (PT) foi dada pelo próprio prefeito, ainda no discurso da posse do secretariado, no início da manhã. Mas a decisão foi tomada há pelo menos uma semana.

Em 29 de dezembro, quando o agora ex-prefeito aprovou 9% de aumento (a passagem antecipada custaria R$ 3), o novo prefeito disse a assessores:

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– Não vou dar esse reajuste.

A decisão causou estranheza: a canetada de Carlito Merss havia resolvido o assunto e não era necessário se envolver na polêmica.

Na última segunda-feira, véspera do Ano-novo, Udo Döhler teve acesso às planilhas enviadas por Gidion e Transtusa para justificar o pedido de reajuste. Analisou os números e concluiu que não estaria prejudicando o sistema ao dar a inflação de 5,53% (IPCA).

Na avaliação dele, esse é o “aumento justo” e “tolerável” pela maioria das pessoas. Com a revogação do decreto e a assinatura de outro reajuste, a passagem vai passar de R$ 2,75 para R$ 2,90 (valor antecipado).

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A tarifa embarcada vai de R$ 3,10 para R$ 3,30. O aumento vale a partir da próxima segunda-feira. Como o decreto de Carlito Merss determinava valores de R$ 3 (antecipada) e R$ 3,35 (embarcada), a decisão de Udo Döhler significou economia aos usuários do transporte coletivo.

O cidadão que usa o ônibus de segunda a sexta-feira, pelo menos duas vezes por dia, gastaria R$ 4 a mais em um mês se valesse o reajuste autorizado pela gestão anterior.

– Examinamos e concluímos que o reajuste mais próximo da inflação atenderia as empresas de ônibus. Não é uma questão de oportunismo, entendemos que as empresas poderiam assimilar isso -, disse, quarta-feira, o prefeito.

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O momento escolhido para anunciar o aumento “mais em conta” também não foi à toa. Udo Döhler e o secretariado esconderam o jogo sobre a revogação do decreto até quarta-feira para embalar o primeiro ato do peemedebista no governo.

O gesto, inédito, repercutiu: canais de comunicação soltaram a informação ainda durante a cerimônia. Não se tem notícias de um outro prefeito ter revogado um reajuste em Joinville. Houve também a decisão política. Udo não queria constranger Carlito. Podia ter anunciado o novo aumento na posse, mas colocaria o antecessor em uma saia justa. Decidiu ser diplomático.

Dia longo

Apesar de a revogação do decreto ter marcado o primeiro dia do governo Udo, o prefeito teve ainda uma longa agenda de compromissos e providências. Passou quase três horas no Hospital São José, onde determinou que seja restabelecida a climatização da unidade. Ainda foi ao Loteamento Juquiá e se reuniu com a Câmara. Passava das 21 horas quando encerrou o expediente de 14 horas.

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