Um inusitado “coffee break”, que é um intervalo para café e lanche, foi fundamental para a prisão do policial penal José Ramony Emanuel de Melo Costa, de 29 anos, na última quinta-feira (31). Ex-diretor de unidades prisionais na Região Metropolitana de Fortaleza, ele é suspeito de facilitar a entrada de celulares e outros itens proibidos para detentos.
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A operação foi conduzida de maneira planejada e calculada: José Ramony foi convidado para uma reunião dentro do presídio, onde seria servido um “coffee break”. Durante a pausa, foi surpreendido por uma equipe de policiais civis e penais que o aguardava para realizar a prisão. As informações são do g1.
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Após a rápida confraternização do “coffee break”, José Ramony foi levado até a direção do presídio, onde recebeu voz de prisão. No dia seguinte, durante audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Segundo a polícia, além de indícios de envolvimento no esquema, foi encontrado um grande montante de dinheiro em seu poder. A operação de busca e apreensão nos imóveis do policial revelou cerca de R$ 40 mil em espécie e diversos celulares.
Entenda o caso
O advogado de Ramony, Walmir Medeiros, defendeu que não há provas suficientes contra seu cliente, afirmando que a acusação se baseia principalmente em depoimentos de presos: “Não há indício algum além de falas de detentos, que podem ter dado essas declarações para incriminar alguém que estava dificultando o acesso a celulares”, argumentou a defesa. Mesmo assim, as evidências encontradas, incluindo a quantia elevada de dinheiro em sua residência, despertaram suspeitas sobre a atuação do policial.
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A investigação e a decisão judicial
A Justiça entendeu que Ramony teria usado sua posição privilegiada para cometer os crimes dos quais é acusado. O juiz responsável pelo caso destacou o prestígio que o policial desfrutava na Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), o que permitia sua entrada e saída em unidades prisionais sem passar por vistorias.
Além disso, chamou atenção a presença de dinheiro em locais distintos da casa do policial, o que levantou suspeitas sobre sua origem. Foram localizados R$ 3 mil em seu carro, R$ 18,3 mil no guarda-roupa, R$ 18 mil em uma maleta no escritório, R$ 5 mil em uma gaveta na sala e R$ 1 mil em outro quarto.
Perfil do policial e trajetória na SAP
Natural de Russas (CE), José Ramony foi admitido na SAP em 2021 e, em pouco mais de três anos de carreira, já havia sido diretor de três unidades prisionais na Grande Fortaleza. Em outubro, ele foi exonerado do cargo de diretor da Unidade Prisional Agente Penitenciário Luciano Andrade Lima (UP-Itaitinga1). Anteriormente, ele também liderou as unidades Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2) e a Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará (UP-Máxima), que abriga presos de alta periculosidade.
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Com mais de 20 mil seguidores nas redes sociais, Ramony compartilhava imagens de viagens internacionais a destinos como França, Suíça e Itália, além de sua rotina profissional. Em outubro deste ano, durante uma viagem a Paris, ele noivou com uma médica. Após sua prisão, as contas de Ramony nas redes sociais foram fechadas.
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