As imagens das rachaduras nas ruas de Gramado, no Rio Grande do Sul, chamaram a atenção na última semana. Moradores tiveram que deixar os imóveis após a chuva causar a abertura no solo em alguns bairros da cidade gaúcha. Uma situação que causou alerta para quem vive em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, devido a episódios semelhantes que ocorreram recentemente e podem voltar a acontecer, segundo especialistas.

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No entanto, apesar da consequência ser a mesma, as causas são diferentes. De acordo com o geólogo da Fundação Municipal de Meio Ambiente da cidade e professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Mauricio Tadeu Fenilli de Menezes, enquanto no estado gaúcho o fenômeno ocorre por influência do solo, em Criciúma, as rachaduras têm a interferência do processo de mineração.

— As de Gramado são movimentos de massa associados a fatores como relevo, tipo e espessura de solo e a incidência de intensas e prolongadas chuvas. Já em Criciúma seriam subsidências e quando ocorrem, não estão relacionadas a encostas e chuva, e sim ao desabamento de antigas minas subterrâneas — pontua.

FOTOS: Prédio desaba em Gramado após chuva formar rachaduras no solo

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O professor explica que, nas antigas minas, o carvão era extraído em camadas. Com o tempo, elas sofrem o desabamento, atingindo a superfície por meio do processo de subvidência, que causa o afundamento do solo de forma gradativa e, dessa forma, gera as rachaduras.

Entenda as diferenças entre as rachaduras no solo de Criciúma e Gramado
Em 2021, rachadura foi registrada no bairro São Marcos (Foto: Prefeitura de Criciúma, Divulgação)

Um exemplo foi o que ocorreu no bairro São Marcos, no interior do município, em 2021, quando parte do solo cedeu. Porém, o geólogo enfatiza que as situações em Criciúma são corriqueiras e não tem a mesma intensidade do que ocorreu em Gramado.

— É um caso desse a cada 1 ou 2 anos. A condição de Criciúma, quando comparada a essa atual situação de Gramado, é branda. Aqui são casos pontuais e é muito variado — complementa.

Apesar disso, a prefeitura faz o monitoramento das áreas onde as minas estão localizadas, principalmente para o mapeamento urbano. Também é feita a orientação aos moradores, caso sintam algum problema relacionado ao solo.

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Já o alerta para ocorrências como a de Gramado seria para as áreas serranas de Santa Catarina, devido à semelhança no solo.

— Seriam as cidades da região serrana, com riscos maiores para aquelas urbanizadas em regiões com mais encostas — finaliza.

Confira imagens de Gramado após rachaduras

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