A média de público do Campeonato Brasileiro de 2015 cresce. Desde 2009, não se tinha números tão bons. Além disso, até agora a média da Série A deste ano – 17.145 – está entre as 10 melhores da história do torneio. Porém, em Santa Catarina a história é diferente. Os nossos times não conseguem fazer a média de público aumentar.

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Dos quatro catarinenses na elite, o JEC tem a melhor média. Ele conseguiu aumentar os números da Série B do ano passado, quando foi campeão da competição com uma média de 9.243. No entanto, as outras três equipes – Avaí, Chapecoense e Figueirense – têm uma média constante com uma variação pequena nos últimos anos.

Claro que os times com maiores torcidas e de grandes cidades brasileiras possuem vantagens sobre os de SC, mas uma coisa que pesa para as nossas equipes não evoluírem na média de público do Brasileirão são os estádios. Do primeiro ao 11º do ranking, todos têm a opção de jogar em novas arenas – a maioria delas sedes da Copa do Mundo de 2014. Os dirigentes culpam também a TV, os horários dos jogos e a mobilidade.

Com o começo do segundo turno, todos as equipes do Estado acreditam que a média irá melhorar. Muito por causa de jogos contra times de massa como Flamengo, Corinthians, Grêmio e Internacional. O certo é que todos pensam em ações de marketing para atrair mais torcedores.

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Nilton macedo Machado, presidente do Avaí

A nossa média está mantida, mas poderia ser maior. Um dos nossos grandes problemas é o acesso ao estádio. Assim que as obras de duplicação da Rodovia Diomício Freitas estiverem prontas, acredito que facilitará muito. O horário das partidas também atrapalha, justamente por esse problema de mobilidade. Claro que resultados positivos são importantes para aumentar a presença da torcida, mas acredito que a nossa média pode melhorar. Teremos um jogo com o Inter (no dia 30/8) que será às 11h. Acredito que nesse dia teremos um ótimo público. Essa é uma partida para a família. ?

Thiago Pravatto, gerente de marketing do Avaí

Nosso principal objetivo é aumentar o quadro de sócios e, com isso, o número de torcedores nos jogos. Em maio lançamos a campanha de sócios com uma série de benefícios e aumentamos cerca de 30% o nosso quadro. Temos aproximadamente 10 mil sócios ativos. Além disso, realizamos algumas ações pontuais no sentido de mexer com a paixão do nosso torcedor, como no caso da venda do mando de campo para Brasília, onde após receber a proposta para transferir o jogo, publicamos uma nota que o clube realmente vendeu a partida, mas para o seu torcedor, para demonstrar que queremos os avaianos ao nosso lado.

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Sandro Pallaoro, presidente da Chapecoense

No ano passado tivemos Flamengo, Corinthians e Grêmio ainda no primeiro turno, este ano foi diferente. Acredito que a nossa média ainda vai aumentar. Claro, quando é primeiro ano de Série A tudo é novidade e atrai mais o torcedores. O momento da economia do país também influencia, mesmo assim, acredito que com a nossa campanha o segundo turno será de mais gente na Condá. Temos uma despesa fixa de R$ 60 mil para abrir o estádio e apesar dos sócios serem muito importantes para a nossa renda, os torcedores avulsos ajudam a pagar esse valor para abrir a Arena.

Andrei Copetti, gerente de marketing da Chapecoense

Em jogos considerados estratégicos para o clube fazemos promoção de ingresso. Por exemplo, no jogo contra o Figueirense, realizado no Dia dos Pais, realizamos uma promoção na qual o sócio poderia comprar um ingresso para o seu pai, com 50% de desconto.

Semanalmente realizamos sorteios de brindes e camisas para sócios em dia com sua mensalidade. No último jogo do mês na Arena, a Chape realiza a ação “Sócio Razão e Paixão”, na qual sorteamos dois sócios com acompanhante para assistir ao jogo em uma cabine especialmente preparada para recebê-los, entre outras ações.

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Wilfredo Brillinger, presidente do Figueirense

Para mim as transmissões dos jogos pela tevê prejudicam na presença do público, porque muitas vezes os jogos são tarde e é mais fácil assistir em casa com os amigos do que ir ao estádio. Mas acredito que não ter uma arena também atrapalha. Em cinco anos quem não tiver uma arena vai ser muito prejudicado. Depois de implementar esse processo do clube-empresa no Figueirense, o próximo passo é construir uma arena. Isso mudará a relação com o nosso torcedor. Afinal, o dinheiro da bilheteria é muito importante para a gente, mesmo tendo um grande número de sócios.

Gustavo Spanholi, gerente de marketing do Figueirense

Dentro do estádio estamos diversificando as opções de gastronomia com food trucks. Além disso, o nosso programa de sócios tem várias ações que convidam eles a participarem do dia a dia do clube. Como alguns sorteios de visitas ao vestiário. Temos uma rede de convite para os jogos pelo WhatsApp e por e-mail. No último mês fizemos uma promoção para as partidas onde o sócio podia comprar por R$ 60 reais três ingressos. Além disso, teve um sorteio para um sócio viajar com a delegação para o jogo com o JEC em outubro. Com tudo isso, o nosso número de sócios cresceu em 25% e a frequência deles em 20%.

Nereu Martinelli, presidente do JEC

O Joinville tem a maior e mais fiel torcida de Santa Catarina. Eles nos apoiaram em todas as situações, inclusive quando estivemos sem calendário (nas temporadas de 2008 e 2009). Essa é a diferença para liderar a média de público entre os times catarinenses.

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Nossa receita, se incluirmos os sócios, gira em torno de R$ 1 milhão por mês. Na realidade, é o sócio do JEC que tem bancado o clube. Sem o sócio, nós normalmente temos prejuízo nas bilheterias porque vendemos poucos ingressos e esperamos aumentar esse número com a ampliação da Arena, que já está em obras. ?

Fernando Kleimmann, gerente de marketing do JEC

A nossa média de público é bem alta porque o nosso número de sócios é alto. Nós temos 12 mil sócios e com uma fila de espera de mil. Se um desiste outro vem e toma o lugar dele. O nosso índice do percentual. Em alguns jogos que tem uma procura menor fazemos promoções para o sócio levar um amigo por R$ 20. Começamos essa semana a obra de ampliação da Arena que sairá de 18 mil lugares para 20 mil. Quando estiverem concluídas as obras vamos aumentar o limite de sócios. Seria hipocrisia dizer que estar na Série A não ajuda nossa média, mas realmente nossa torcida é fiel.