Tom de pele, tipo de cabelo, sotaque, limitação física. Quando as características pessoais fogem ao padrão estético predominante de determinado grupo, a pessoa costuma chamar a atenção e, muitas vezes, acaba sendo alvo de preconceito. Em meio à diversidade cultural, fechar os olhos para o valor do diferente é um erro crucial.

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Na infância, os comportamentos em relação à diferença não seguem um padrão, explica a professora e doutora em educação Luciana Facchini, do Instituto Superior de Educação Ivoti, localizado na cidade gaúcha de mesmo nome. As condutas nessa fase irão depender da influência dos pais ou do meio em que vivem.

– Há crianças que herdam preconceitos de familiares, e aquelas que agem pela própria natureza. Normalmente, elas observam e repetem o comportamento mais próximo – diz Luciana.

Diretora de uma escola de educação infantil em Porto Alegre, Patrícia Cardoso acredita que os pequenos não fazem diferenciação entre questões de raça e cor. Pelo contrário, têm tendência pela integração natural:

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– O preconceito vem dos adultos. As crianças convivem de forma plena, com amizade.

Apostar na qualificação, na conversa e no uso de recursos pedagógicos, como canções e histórias infantis, pode auxiliar no diálogo. Acostumada a lidar com questões de diversidade no Centro Integrado de Desenvolvimento (CID), também em Porto Alegre, a professora Cheila Schröer diz que a vida real pode ser discutida a partir da ficção:

– É mais fácil primeiro conversar sobre os personagens e, aos poucos, agregar exemplos das nossas vivências e experiências.

Cada um tem seu jeito

– As escolas de educação infantil estão trabalhando as diferenças mais do que antes – afirma a pedagoga Roberta Ávila.

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Diariamente, é preciso estimular a individualidade, não o individualismo, e valorizar as diferenças. Ferramentas como conversas, literatura, música e projetos de estudo podem ajudar na compreensão:

– As crianças estão formando a personalidade, por isso é tão importante criar essa consciência desde muito cedo.

A pedagoga explica que discriminação não é algo que faz parte do universo infantil. As crianças costumam agir com mais curiosidade sobre o que é diferente, enquanto preconceito é algo que é criado no mundo dos adultos.

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Porém, quando uma situação desse tipo ocorre, Roberta alerta que deve haver um cuidado especial: