Imerso em uma crise interna há uma semana, o Partido Social Liberal de Santa Catarina (PSL-SC), sigla do governador Carlos Moisés da Silva, conta com uma reunião com representantes do diretório nacional para resolver o impasse. O racha no partido será tratado pessoalmente pelo vice-presidente nacional do PSL, Antônio de Rueda, que deve vir ao Estado nos próximos dias. O encontro entre as lideranças partidárias, no entanto, ainda será agendado.

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Os problemas vieram à tona na quarta-feira passada. Neste dia foi divulgado documento assinado por três dos quatro deputados federais eleitos pelo PSL em SC, requerendo ao presidente nacional do partido, Luciano Bivar, a destituição da Executiva estadual, presidida por Lucas Esmeraldino. Quanto ao governador, a bancada reiterou o total apoio.

O que motivou o pedido, conforme texto referendado por Caroline De Toni, Coronel Armando e Daniel Freitas, foi a decisão de Esmeraldino de nomear uma nova Comissão Executiva estadual, no final de 2018, sem ouvir as bases do partido e todos os eleitos, e de estar se distanciando das lideranças municipais. Alegaram também que, assumindo cargo no primeiro escalão do novo governo, Lucas Esmeraldino, atual secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, está impedido de comandar o PSL catarinense.

Mais próximo a Esmeraldino, Fábio Schiochet foi o único deputado federal pesselista eleito a não assinar o documento.

Reações dos dois lados

A partir daí, houve reações dos dois lados. Na quinta-feira, os seis deputados estaduais eleitos pelo PSL (Ricardo Alba, Ana Caroline Campagnolo, Coronel Mocelin, Felipe Estevão, Jessé Lopes e Sargento Lima) emitiram nota apoiando o presidente, destacando "o extraordinário trabalho na montagem e condução do partido no Estado, sendo fundamental na vitoriosa eleição ocorrida em 2018".

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Ao mesmo tempo, surgiram novas manifestações do Oeste, Norte e Sul do Estado, contrárias à forma considerada autoritária com que Esmeraldino escolheu a nova Executiva estadual. O atual líder do PSL na Câmara dos Deputados, delegado Waldir, também teria declarado apoio ao pedido da maioria da bancada federal da legenda, segundo Daniel Freitas.

No domingo, Esmeraldino se pronunciou. Nas redes sociais, lamentou que o assunto interno tenha sido "exposto" e alcançado grande "dimensão pública" e pregou conciliação, dizendo que "o momento é de transição, união e jamais de divisão". Por fim, anunciou que vai propor abrir mão do fundo partidário e buscar formas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que os recursos possam ser aplicados em saúde, segurança, educação e infraestrutura.

Pouco depois, os três deputados federais do PSL divulgaram outra nota, tratando da formação de uma nova direção estadual e condenando as decisões do presidente do PSL catarinense.

Agora, aguarda-se a confirmação da reunião com o vice-presidente nacional da legenda, Antônio de Rueda, para buscar uma solução definitiva à crise.

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