Entre as 728 escolas com ensino médio em Santa Catarina, apenas 44 unidades da rede pública oferecem o ensino médio de forma integral — o que representa apenas 6% do total. Os dados da Secretaria de Estado da Educação (SED) mostram que a modalidade ainda é um desafio para o Estado.  

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Segundo a SED, não há escolas públicas que ofertam o ensino médio integral em Florianópolis. Em Palhoça, a modalidade é ofertada no Colégio Governador Ivo Silveira, onde 1.028 alunos estão matriculados neste modelo. 

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A estudante da unidade de Palhoça, Ana Júlia Bettio Azevedo da Costa Neto está no terceiro ano do ensino médio. Com o desejo de estudar Direito, a jovem está focada para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e, para isso, faz contraturno escolar. Fora da da instituição, faz cursos. 

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—  Acredito que seria muito diferente, eu teria mais propriedade em vários assuntos que hoje em dia eu vou ter que sair do colégio estudar em outros lugares pra poder me especializar —  falou. 

A mãe de Ana, Aline Lima Bettio, também acredita que o ensino médio integral poderia trazer impactos positivos em toda Brejaru, comunidade onde mora, em Palhoça:  

— Nós temos um turno muitos jovens acabam caindo na exploração do trabalho infantil, trabalhando nas piores formas. Temos muitos adolescentes que deixam de estudar.

Investimento de R$ 4 bilhões

Dados divulgados pelo IBGE, do Censo de 2022, mostram que apenas 7,7% dos alunos estavam matriculados na rede pública de Santa Catarina em período integral. Segundo a SED, são as próprias instituições que demandam a possibilidade de adesão ao ensino integral.

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Atualmente no Brasil,  6,9% (12.278) das 178,3 mil escolas públicas possuem estudantes matriculados em tempo integral. Desde 2023, o programa “escola em tempo integral”, do governo federal, busca ampliar o número de matrículas nesta modalidade com um investimento de R$ 4 bilhões para estados e municípios. 

A meta é alcançar até 2026 cerca de 3,2 milhões de matrículas. Para avançar nesse objetivo, o Conselho Estadual de Educação afirma que ainda é necessário criar uma cultura deste tipo de modalidade na sociedade. 

Ainda para este ano, a SED prevê realizar reuniões para começar a criar uma política pública de escola em tempo integral em Santa Catarina.

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