Uma escola onde os pais e professores decidem qual é o melhor método de ensino, quais as atividades extracurriculares mais adequadas ao perfil dos alunos, qual a estrutura necessária para que todos aprendam com qualidade. É isso que une os que se associam a uma cooperativa educacional, ramo que cresce ano a ano no Brasil.

Continua depois da publicidade

Em 2012, eram 60 mil associados no país. Em 2013, este número subiu para 61,6 mil, distribuídos em 301 cooperativas. Em Santa Catarina, são 10. O ramo deve crescer nos próximos anos, conforme a expectativa do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan.

– É um ramo relativamente novo em sua participação na Ocesc, mas acredito que seja o caminho para a solução dos problemas da educação – afirma Zordan.

Empresas preparam alunos para desafios De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o papel da cooperativa de ensino é ser a mantenedora da escola, que deve ser administrada por especialistas contratados e orientada por um conselho pedagógico de pais e professores.

A OCB explica ainda que, do intercâmbio entre essas partes surge o produto final, que é a preparação dos alunos para enfrentarem, em melhores condições, os desafios do mundo e intervirem como agentes da história.

Continua depois da publicidade

De maneira geral, o ramo é composto por cooperativas de professores, que se organizam como autônomos para prestarem serviços; de alunos de escola agrícola que contribuem para o sustento da própria escola e até produzem excedentes para o mercado; de pais de alunos, que querem propiciar melhor educação aos filhos, administrando uma escola e contratando professores; e por empresas de atividades afins.

Lucro transformado em melhorias

Há quatro anos, quando decidiu se associar à Cooperativa Educacional de Imbituba (Coopeimb), Darcionet Favarian sabia o que estava fazendo. Cresceu vendo as atividades do pai em uma cooperativa agrícola.

– Sempre achei o conceito interessante. A união em prol de um objetivo é muito linda – diz. A opção foi feita pelo desejo de participar da construção da qualidade de ensino do filho Gabriel, na época com 10 anos. Hoje, a segunda filha, Sofia de 11 anos, também estuda no colégio. Darcionet, que faz parte do conselho administrativo, comemora as conquistas, como a construção de um laboratório.

– Como não temos como o objetivo o lucro, tudo que conseguimos se transforma em melhoria – afirma a associada. Maria Vieira da Rosa, presidente da Coopeimb, conta que a cooperativa surgiu há 20 anos da necessidade de um grupo de pais de Imbituba, no Sul catarinense, de garantir um ensino de qualidade, diminuir riscos de deslocamentos e preservar o convívio familiar com os filhos.

Continua depois da publicidade

– Nós pais, através de conselhos (administrativo, fiscal, ético e pedagógico) e assembleias, somos os mantenedores da Coopeimb e dividimos os custos anuais entre os associados ativos – diz Maria.

Os resultados da cooperativa são mensurados de uma forma diferente da de outros ramos, quando tem bons índices de aprovação em vestibulares e no Enem, por exemplo.

– Em 2010, garantimos o 7º lugar no Enem e continuamos garantindo bons resultados. Historicamente, nossos alunos conseguem excelentes colocações nos vestibulares de Santa Catarina e em outros Estados – destaca.