Direito constitucional dos brasileiros, a educação básica e de qualidade é de responsabilidade dos municípios nos primeiros anos. Com as Eleições 2024 se aproximando, os olhares dos eleitores de Florianópolis se voltam ainda mais para este pilar.
Continua depois da publicidade
SC Ainda Melhor aponta prioridades e desafios de 5 áreas em cidades catarinenses
O tema foi um dos mais votados na enquete do projeto SC Ainda Melhor, da NSC. Entidades de Florianópolis e do Estado foram ouvidas para entender as prioridades de cada eixo: Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Associação Empresarial de Florianópolis (Acif), Floripa Amanhã e Floripa Sustentável.
SC Ainda Melhor aponta prioridades e desafios de 5 áreas em cidades catarinenses
Na educação, os tópicos prioritários foram:
Continua depois da publicidade
- Incentivar a capacitação continuada dos professores;
- Garantir que a educação básica trate de questões de saúde, alimentação e higiene;
- Investir na educação digital e no desenvolvimento do pensamento crítico, na formação tecnológica e na educação emocional e financeira dos alunos;
- Mapear e fazer um diagnóstico de bairros e regiões que não têm a oferta necessária de vagas;
- Priorizar obras planejadas e acelerar a reforma de escolas em péssimas condições;
- Investir no ensino integral, com atividades extracurriculares;
- Garantir a continuidade do modelo de ensino, mantendo o limite da folha;
- Promover planos de valorização dos professores por desempenho.
Lourival José Martins Filho, pós-doutor e professor de Pedagogia da Udesc, pontua a importância essencial da educação:
— O ser humano se constitui na educação, pensamento, linguagem, trabalho, cultura. E isso tudo está entrelaçado com a educação.
De acordo com Natália Fregonesi, coordenadora de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, melhorando a educação, melhora-se também o emprego, a economia e até os índices de violência.
Continua depois da publicidade
Vagas em creche são prioridades para os moradores
Pela lei, todas as crianças a partir dos 4 anos devem frequentar uma creche. Antes dessa idade, a matrícula na educação infantil é uma escolha da família. Para Valnice Cerqueira, que trabalha como copeira em Florianópolis, ter uma vaga para o filho é essencial para quem é mãe e trabalha.
— É muito bom ter a aprendizagem deles na creche e na escola, a gente fica tranquila — diz a trabalhadora.
Para isso, no entanto, é preciso ter vagas, um dos maiores desafios apontados por especialistas. Para Natália Fregonesi, não apenas isso: é preciso que elas sejam perto da casa das famílias. Já Lourival José Martins Filho salienta que o primeiro passo é mapear as demandas, com sistemas de gestão da informação com dados transparentes, comunicando as famílias em tempo real.
— Essas vagas são públicas, elas são do povo e da criança — diz.
Só em Florianópolis, cerca de 400 crianças estão na fila de espera por uma vaga nas creches. A Capital tem 85 creches municipais, com 16.484 crianças matriculadas, além de 11 instituições conveniadas com a educação infantil, com 1.515 crianças.
Continua depois da publicidade
Ensino em tempo integral
Para a rotina das famílias, outra questão importante é o ensino em tempo integral, tanto nas creches quanto nas escolas. Thiago Korb, gerente de educação básica do SESI, explica que não se trata de mais horas nas unidades de ensino, mas uma visão integral do ser.
— Uma escola que olha pra além da questão cognitiva, mas para a demanda psicomotora, atividade física, uma alimentação saudável e convivência — explica.
Pela meta do Plano Nacional de Educação, que completa 10 anos em 2024, o ensino integral deveria contemplar 25% das matrículas na rede pública.
Qualidade do ensino
A qualidade do ensino é outra demanda da população, como é o caso da professora Sheila Miranda e da estudante Carmen Duarte, que argumentam que a alfabetização deve ser o foco. Neste quesito, os professores são guias fundamentais.
Continua depois da publicidade
Osvaldir Ramos, presidente do Conselho Estadual de Educação, afirma que é necessário focar na formação docente.
— Nós temos que ter um professor cada vez mais conectado com esse novo ser humano que está chegando porque essas crianças já tem uma visão de mundo muito diferente — afirma.
Para Lourival José Martins Filho, pós-doutor e professor de Pedagogia da Udesc, é trabalho de prefeitos e secretários pensar em uma formação continuada para professores.
Inclusão
A escola precisa estar preparada para lidar com realidades distintas. Por isso, é consenso entre especialistas que a inclusão e o respeito à diversidade sejam prioridades.
Continua depois da publicidade
— Muitas das questões sociais estão parando dentro da escola, questões de diversidade, inclusão, de fome, de violência social. Ter os profissionais corretos dá condição de dignidade humana para essas crianças — pontua Thiago Korb, gerente de educação básica do SESI.
Leia também
SC Ainda Melhor: entidades listam prioridades do saneamento básico em Florianópolis
Transporte público e ciclovias: as prioridades da mobilidade urbana em Florianópolis