Com a perspectiva de receber as primeiras unidades do Gripen NG somente em 2018, o Brasil negocia uma alternativa para reforçar sua defesa enquanto aguarda os aviões. A ideia é receber da força aérea sueca ou da Saab, fabricante do Gripen, versões anteriores do caça supersônico.
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Ao anunciar a compra de 36 unidades do avião por US$ 4,5 bilhões (R$ 10,4 bilhões), na quarta-feira, o ministro da Defesa, Celso Amorim, admitiu a possibilidade de usar outras aeronaves da Saab durante o desenvolvimento do modelo NG. A negociação já está em andamento, com as tratativas para assinar o contrato de aquisição dos novos caças.
Os modelos cedidos serão o C e D, já utilizados em outros países, mas que só chegariam a partir de 2016. A solução temporária reforçaria a frota de caças, prestes a perder 12 Mirage que serão aposentados no final do mês, o que obriga o Brasil a usar
F-5EM recém modernizados, incluindo um lote de aviões jordanianos de segunda mão adquiridos em 2007.
O empréstimo de caças poderá aumentar o gasto com a aquisição dos aviões, acréscimo que o governo tentará evitar na negociação do contrato.
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A distribuição do Gripen NG também é discutida pela FAB. Os primeiros caças devem ser enviados para Anápolis (GO). É possível que a cidade goiana fique com as 36 aeronaves, divididas em dois grupos de 15, deixando seis unidades para treinamento ou reposição.
– É mais barato manter os aviões na mesma base, sendo que Anápolis é bem localizada, está no centro do país – explica um militar da FAB.
A transferência de tecnologia é prioridade brasileira. Amorim destacou a importância de receber o código-fonte do sistema do Gripen, que permitirá incluir armas brasileiras no avião.
– Tendo acesso ao código, é possível conhecer a aeronave por dentro, como ela integra seus dados. Colocar novo armamento não é tão simples, pois a arma precisa se comunicar com o computador principal da aeronave – explica Nelson Düring, editor-chefe do portal DefesaNet.
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Ele acredita que o país tem armas capazes de serem integradas aos caças. E cita modelos de bomba guiada por GPS e mísseis antirradiação, além do míssil de quinta geração A-Darter, guiado pelo calor emitido pelo alvo, desenvolvido em parceria com África do Sul, que já utiliza o Gripen.