O câmbio mudou de patamar no Brasil e não deve se desvalorizar mais, de acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. O chefe da pasta, que participou da cerimônia de abertura da 45.ª Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios (Francal), afirmou que a “taxa de câmbio entre R$ 2,20 e R$ 2,25 parece ser confortável para os empresários”.
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– Com essa taxa de câmbio, a balança comercial não deve fazer feio este ano – disse.
O ministro acrescentou que o Brasil conseguirá um saldo comercial positivo, ainda que menos expressivo do que o de 2012.
– Isso ajudará no fechamento da conta-corrente do balanço de pagamentos – afirmou.
Ainda de acordo com Pimentel, foi graças à valorização do dólar que as exportações do setor calçadista cresceram 10% em 2013. No discurso, Pimentel reiterou que o Brasil construiu a estabilidade fiscal e que há um compromisso do governo, especialmente da presidente Dilma Rousseff, de manter essa qualidade.
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– O Brasil não vai se abater com a crise mundial, como aconteceu com outros países da Europa. Vamos enfrentá-la com galhardia”, disse.
Ao falar sobre a recente onda de manifestações pelo país, o ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior afirmou que “elas não vão prejudicar a democracia brasileira” e que são “absorvidas pelo tecido político e democrático”.
– Agora, não vamos tolerar instrumentos que não fazem parte da democracia, como a paralisação e interrupção de estradas, a exemplo do que ocorreu na semana passada – concluiu.
Calçadistas pedem redução de impostos a Pimentel
Presidentes de entidades representativas do setor calçadista pediram ao governo empenho na redução de impostos, unificação do ICMS interestadual e mais medidas de estímulo ao consumo. O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Antoniel Lordelo, disse que com menos impostos, as vendas vão crescer e os governos estaduais e municipais conseguirão arrecadar mais.
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Voltando-se para o governador da Bahia, Jaques Wagner, ele pediu que os governadores usem suas influências para que seja implementada a unificação do ICMS. O presidente da Abicalçados, Heitor Klein, pediu às autoridades mais medidas de estímulos ao consumo e à inflação que, de acordo com ele, afeta especialmente o poder de compra da classe média, maior consumidora de calçados do país. De acordo com Klein, as medidas de desonerações para o setor levaram as exportações a um crescimento de 10% só neste ano, mas as importações cresceram 14%.
– O Brasil ocupa o 3º lugar no ranking mundial de produtores de calçados e não podemos aceitar que o País perca posição na sua indústria – disse.