Imagine-se passeando despreocupadamente entre parreiras, podendo sentir a brisa suave em seus ombros; o fino aroma das uvas te trazendo lembranças, emoções e sensações que são potencializadas pela composição estética que as parreiras formam com a paisagem serrana. Conhecida pelo frio e pela neve, a cidade de São Joaquim é um dos destinos mais requisitados do enoturismo catarinense.
Continua depois da publicidade
> Cinco parques para visitar na Serra Catarinense
A preocupação em bem atender quem participa das visitações guiadas nas vinícolas da cidade condiz com as características intrínsecas ao vinho, bebida elegante e de personalidade marcante. Hoje, São Joaquim conta com 16 vinícolas; destas, 7 estão preparadas para receber visitantes, oferecendo passeios, degustação de vinho, piqueniques e outras atividades. Confira o que cada uma delas tem a oferecer e mergulhe na cultura do vinho de altitude.
Villa Francioni
Ainda na década de 1990, Manoel Dilor Freitas escolheu a Serra catarinense para produzir seus vinhos, fundando a Villa Francioni, primeira vinícola da região. Hoje, com capacidade para produzir 300 mil garrafas por ano, conta com quase vinte rótulos, engarrafados em um processo automático que dispensa o contato humano.

Quem visita a Villa Francioni pode fazer um passeio orientado por um guia especializado, que irá mostrar todos os estágios da elaboração do vinho, com direito a uma sessão de degustação ao final do trajeto. Além disso, a vinícola possui uma galeria de arte, que já recebeu obras de Camille Claudel, artista e escultora francesa, Juarez Machado, renomado artista plástico joinvilense, e Luciano Martins, artista porto-alegrense conhecido por suas obras com traços infantis. Para agendar um tour com degustação, é possível fazer uma reserva no site da vinícola.
Continua depois da publicidade
Leone Di Venezia
Fundada por Saul Paulo Bianco, a vinícola Di Venezia é especialista em vinhos italianos. Quem visita a instalação pode fazer uma tour guiado por uma enóloga e degustar 5 variedades de vinhos produzidos pela Di Venezia. Ao todo, a vinícola conta com 15 rótulos diferentes, categorizados de acordo com sua pureza e assemblagem – que diz respeito à mistura das uvas (blend).

No entorno da vinícola, os visitantes podem curtir a paisagem e fazer piqueniques, destino ideal para quem viaja em família ou com seu par romântico. A vinícola também oferece uma série de petiscos para harmonizar com os vinhos. Aos que desejam degustar todos os rótulos, é possível prová-los em taças.
A visitação ocorre de terça à sábado em dois horários: um às 11h, outro às 15h. Hoje, como medida de biossegurança, há um limite máximo de 26 pessoas por passeio. Por isso, é recomendado que se faça a reserva com antecedência. No site da vinícola, há o número de telefone, redes sociais e whatsapp por onde é possível fazer a reserva.
Vinhedos do Monte Agudo
Fundada em 2004 pelo pediatra Leônidas Ferraz e pelo produtor de grãos Alceu Müller, hoje, a Vinhedos do Monte Agudo está aos cuidados de Carolina, Patricia e Leônidas, filho e filhas de Leônidas Ferraz. A empresa familiar segue o conceito de vinícola boutique, com produção limitada e foco na qualidade. Suas especialidades são as mudas francesas, especialmente as de Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Além disso, estão em fase de experimentação das uvas Riesling alemã e Malbec.
Continua depois da publicidade

Há alguns anos, a família notou que faltava algo a mais no receptivo das vinícolas da Serra Catarinense. Por isso, foram pioneiros ao implementar o piquenique e o Sunset. No Sunset, os visitantes podem curtir o pôr do sol na companhia de um sommelier, enólogo ou proprietário, que vai apresentar a história da vinícola e do produto que estão degustando.
> Atividades esportivas para praticar no inverno serrano
O Sunset está disponível nas modalidades Ouro e Prata, que variam na quantidade de vinhos a que terão direito. Em ambos, há pratos frios e pães para acompanhamento. Todos os dias, exceto quartas, das 12h às 14:40h, é possível participar do almoço com vinho. Além disso, contam com a expertise da Chef internacional Kathia Rojas Yunis, que inclui truta, frescal, pinhão, abóbora cabotiá, maçã e outros ingredientes em seus preparos.
Como a região é bastante fria, o piquenique em meio ao vinhedo é ofertado apenas durante o verão, para que os visitantes sempre tenham a melhor experiência. Também é recomendado que se faça a reserva antecipada pelo site da vinícola.
Villaggio Bassetti
A vinícola Villaggio Bassetti nasceu do encontro de duas famílias: Pioli e Bassetti. Começaram com vinhedos de Merlot e Cabernet Sauvignon em 2005, depois passaram a produzir Pinot Noir e Sauvignon Blanc. Hoje, quem visita a vinícola pode fazer passeios e acompanhar todos os processos produtivos do vinho, do pé à taça. O passeio nos vinhedos ocorre de terça à sábado, das 10h às 18h. A degustação de vinhos acontece na loja, que fica aberta de terça a sábado, das 10h às 12h e das 13h às 17h. É possível fazer a reserva no site da vinícola.
Continua depois da publicidade

Também é possível participar do Bike no Vinhedo, passeio promovido pela agência de viagens Na Trilha Certa. A partir de duas pessoas, já é possível pedalar em meio aos vinhedos da Villagio Bassetti, um passeio que tem 4.200 m de extensão e conta com um rótulo da vinícola e uma tábua de frios para quando os ciclistas fazem uma pausa na pedalada.
“A felicidade não está no topo da montanha, está na escalada. Se a paisagem está bonita, a gente para, tira foto, conversa. E aí tem um momento em que a gente estende uma toalha, coloca uma tábua de frios e degusta um rótulo do vinhedo”, diz Eduardo Sobânia, guia de turismo e agente de viagens do Na Trilha Certa.

Além do Bike no Vinhedo, a agência também conta com outras atrações, como a Rota do Vinho, um passeio mais longo, que pode durar de um a quatro dias. Quem quiser curtir essa experiência, é possível fazer a reserva pelo facebook, instagram (@natrilhacertaagencia), presencialmente ou pelo telefone da agência. “Só precisa trazer a vontade de pedalar e se divertir; o restante, a gente oferece aqui”, diz Eduardo.
Vinícola D’Alture
Com o objetivo de trazer um pedaço da região do Penedés para Santa Catarina, uma das regiões produtoras de vinhos mais consagradas da Espanha, em 2008, a Vinícola Boutique D’Alture foi fundada por Roberto Chávez. Além do tour guiado, degustação, Sunset e projetos enogastronômicos, a D’Alture se destaca pelo projeto de cabanas de luxo.
Continua depois da publicidade

De acordo com informações fornecidas pela vinícola, as hospedagens devem ficar prontas entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. Com as cabanas de luxo, os visitantes poderão curtir um passeio mais demorado, sem se preocuparem com a viagem da volta, depois de algumas degustações de vinho. Isso sem contar da vista panorâmica para as paisagens serranas. Para reservas e mais informações, é possível visitar o site da vinícola.
Vinícola Pericó
Fundada em 2002, a vinícola Pericó foi uma das pioneiras na região. Com um deck panorâmico com vista para os vinhedos, quem visita a instalação pode participar de visitas guiadas, provar uvas no pé e degustar 4 rótulos de vinhos sob a orientação de um sommelier. Localizados a 1300 metros do nível do mar, são especializados em uvas francesas e contam com opção de almoço com churrasco, camarão, lula e outros.

Como a estrada para chegar até a vinícola é de chão, é recomendado que se faça uma reserva antecipada pelo site ou pelo fone (49) 9 9922-4499, para evitar se deslocar até o local e não haver vaga. O horário de funcionamento é de sexta a domingo. Além disso, pretendem aumentar a área externa, o que deve aumentar a capacidade de receptivo da vinícola de 80 para 200 pessoas.
Vinícola Vivalti
Inspirada na Toscana, região da Itália, a Vinícola Vivalti é propriedade do empresário Vicente Donini, dono da Marisol, empresa de moda infantil, e que recentemente foi indicado pela Fiesc para receber a Medalha de Ordem do Mérito da Confederação Nacional da Indústria em 2021. A vinícola é especializada em uvas europeias, como Sauvignon Blanc, Pinot Noir, Sangiovese, Merlot e outras.
Continua depois da publicidade
O espetáculo continua
Além das sete vinícolas que estão abertas ao receptivo turístico, São Joaquim também conta com a Sanjo, Suzin, Quinta da Neve, Hiragami, Zanella Back, Villagio Conti, Quinta das Araucárias, Fattoria Monte Alegre e Piccola Fattoria.
A vinícola Sanjo, por exemplo, foi fundada em 1993 e coloca seus vinhos à venda após um período mínimo de cinco anos de repouso. Quem a visita, pode conhecer sobre seus vinhos e maçãs no showroom, onde também é possível comprar alguns rótulos. A Sanjo possui receptivo turístico, mas teve seu atendimento interrompido em função da pandemia. Hoje, estudam a possibilidade de voltar a oferecer os seus serviços de visitação.
A vinícola Quinta da Neve, por sua vez, é pioneira quando o assunto são os vinhos finos de altitude: foi a primeira a investir nessa especificidade de vinhos. Esta vinícola tem uma produção bastante diversa, incluindo Merlot, Sangiovese, Touriga Nacional, Chardonnay e outras, mas o destaque vai para seu Pinot Noir, reconhecido por muitos especialistas como um dos melhores do país. Hoje, a vinícola está construindo seu receptivo turístico e deve abrir as portas à visitação até o fim de 2021.
Continua depois da publicidade
Independentemente de possuírem receptivo turístico ou não, todas as vinícolas de São Joaquim oferecem atrações a seus visitantes. Todos os anos, no mês de março, a cidade sedia a Vindima de Altitude da Serra Catarinense, evento tradicional que comemora a colheita da uva. Especialmente durante o período da Vindima, as vinícolas de São Joaquim sediam eventos que incluem degustação de vinhos e outras experiências.
Para quem está de passagem ou não tem muito tempo para imergir na cultura do vinho, no centro da cidade, está localizada a Casa do Vinho, uma loja que abriga todos os rótulos produzidos na cidade de São Joaquim.
A personalidade dos vinhos de Altitude São Joaquim
Agora, os vinhos produzidos em São Joaquim estão aptos a receber o selo de Identificação Geográfica (IG) de Vinhos de Altitude de Santa Catarina. A decisão ficou a encargo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que publicou a concessão à cidade e a outros 28 municípios catarinenses em junho de 2021.
O selo de Identificação Geográfica é um reconhecimento de que o vinho produzido nessa região é diferente das demais. De acordo com João Felippeto, enólogo e pesquisador da Epagri, para que um vinho seja considerado de qualidade, é preciso observar cinco fatores: quantidade de chuva, insolação, temperatura, umidade relativa do ar e vento.
Continua depois da publicidade
Em São Joaquim, o ponto forte são as baixas temperaturas.
— Se temos uma temperatura mais baixa, teremos uma velocidade de desenvolvimento mais lenta da planta. Isso faz com que tenhamos vinhos muito mais robustos e longevos — diz João Felippeto.

Dentre todos os elementos que influenciam na qualidade do vinho, João Felippeto identificou que a temperatura é o mais importante. Para que as gemas da uva tenham uma brotação adequada, a planta precisa ficar exposta a uma determinada quantidade de frio. Se houver frio o suficiente, as uvas terão uma maturação mais uniforme e o vinho será de melhor qualidade.
Em São Joaquim, a temperatura da cidade coincide com a temperatura ideal para uma boa maturação da uva, receita perfeita para que seus vinhos sejam cada vez mais reconhecidos.
Acesse o canal Descubra a Serra e conheça melhor a região mais fria de SC.
Leia também
Saiba como Open Innovation pode ajudar a manter a relevância de uma empresa no mercado
Continua depois da publicidade
Nevascas históricas em Santa Catarina; veja fotos e quando aconteceram
Com projeção internacional, setor de tecnologia expande em SC