Um país só terá valor para a dinâmica do capitalismo global se possuir uma matriz energética estável. Se partíssemos dessa premissa, o Brasil estaria em posição confortável, uma vez que dispõe de grande oferta de fontes renováveis, além de energias fósseis. Ocorre que a geração, transmissão e distribuição em níveis seguros deixam a desejar.

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Enquanto o consumo energético cresce a índices médios anuais de 4%, nosso PIB (dentro dos padrões da economia atual) está projetado para a faixa dos 2%, uma equação que não fecha.

Hoje o país tem cerca de 127 mil megawatts de potência instalada. Segundo a Eletrobrás, deveríamos estar atualmente na faixa dos 160 mil MW. Somente em fevereiro, a demanda chegou a 85 mil MW no pico máximo. Um índice perigoso, pois capacidade instalada não significa fornecimento, que é prejudicado por fatores como a instabilidade das chuvas que baixam os níveis das barragens, nosso parque eólico ainda incipiente e as usinas térmicas, poluentes e caras para constituírem uma boa alternativa.

Se um novo apagão estivesse associado ao “linhão” da Itaipu, o fornecimento aos lares brasileiros estaria à beira de um colapso. O próprio marco regulatório do setor, que tornou competitiva a geração, não apresentou os resultados esperados. A infraestrutura de transmissão não acompanhou a capacidade instalada, e as distribuidoras passaram a ser excessivamente controladas por órgãos fiscalizadores e reguladores.

É hora de reverter este quadro, de voltar a prestigiar os profissionais da Engenharia Elétrica e da Tecnologia da Informação, de focar em Inteligência de Redes e de investir pesado em energia para não enfrentarmos vexames agora e após a Copa do Mundo.

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