Quase 50 anos após a vigência da Lei 4.950-A/66, que garante aos engenheiros um piso de nove salários mínimos, ainda há empresas que resistem à sua aplicação. A situação se repete em todo o Brasil, em especial no setor público. O debate que se impõe é o da valorização dos profissionais de engenharia, profissão fundamental para a construção de cidades. O primeiro passo é oferecer salários compatíveis com o piso e que o governo federal inclua os engenheiros estatutários entre os beneficiários da lei. O segundo é criar plano de carreira em que o profissional tenha uma visão clara do futuro que terá na instituição. A partir daí não faltarão profissionais em nenhum lugar do país.

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Reclama-se que faltam engenheiros no país. A presidente Dilma até aventou a criação do programa Mais Engenheiros, a exemplo do Mais Médicos. Mas a verdade é que muitos se formam e, sem valorização profissional, preferem atuar fora da área. Isso porque ninguém se sujeita a ganhar salários de R$ 2 mil após tantos anos de estudo. Os governos priorizam três pilares: educação, saúde e desenvolvimento. Só que no caso do desenvolvimento deveria haver um esforço para valorizar a engenharia. No Estado acompanhamos um concurso que oferece R$ 2 mil a um engenheiro. É desvalorizar a categoria e não querer levar benefícios de boa qualidade à população.

A classe contribui para o desenvolvimento da sociedade, sendo incontáveis as realizações positivas para a humanidade oriundas da engenharia. No entanto, a sociedade enxerga a edificação, a infraestrutura, o automóvel e o avião, mas não a engenharia ali representada. Reafirmamos a importância do debate de alto nível com as instituições que representam os engenheiros para que se encontrem soluções duradouras e não meros paliativos.