Hoje a Ponte Hercílio Luz completa 88 anos. Inaugurada em 1926, sua estrutura está ao tempo desde idos de 1920 (fabricação e montagem), ficando pelo menos 40 anos sem qualquer manutenção. Nos primeiros anos da década de 80, acusou seu primeiro sinal de colapso, sendo interditada em 1982, reaberta parcialmente em 1988 e com interdição definitiva em 1991. Foram necessários 15 anos para que se formulasse o projeto de recuperação da Ponte Hercílio Luz, em duas etapas, a partir de 2006. A tecnologia conhecida, inversa a da montagem, não pôde ser implementada. As torres, os pilares que suportam toda a carga, não resistiriam ao carregamento adicional, imposto pela proposta de um novo cabo.

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Um dos principais aneurismas – a substituição das rótulas – não seriam trocadas, deixando para trás um dos defeitos de colapso iminente. Desde 2008, realizou-se a troca de projeto, com a introdução do conceito de uso da estrutura de sustentação provisória, com carregamento de baixo para cima, sem comprometimento da ponte existente. Trocou-se um canteiro de obras seco por outro flutuante, ao sabor das correntes e dos ventos.

Com a estrutura de sustentação provisória, mais as torres auxiliares e as torres de andaimes tubulares, além do estaiamento das torres principais, poder-se-á enfim realizar a esperada transferência de carga, levando a ponte à condição de estabilidade, espantando o fantasma do colapso total. Cronograma? Em quanto tempo? De engenharia altamente complexa, o que se exige é a segurança técnica a cada passo. Não se pode medir isso em dias, semanas ou meses. Será feito no tempo que for preciso.

Projetistas, engenheiros, empresas especializadas e fiscais de obras caminham juntos em busca da ponte segura. Reforma de casa velha é assim mesmo: até o tempo demora.

Vida longa à Hercílio Luz.”

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