Foi viajando pelo país que Leonardo Clauman Junior teve a ideia de criar um equipamento que eliminasse a dificuldade de localização dos turistas. O aparelho teria que estar à disposição do visitante gratuitamente, em um lugar onde fosse encontrado facilmente e ser simples de usar.

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Outro diferencial seria o conteúdo: informações seguras e qualificadas – que nem sempre quem precisa encontra rapidamente na internet, seja pela necessidade de filtro de busca seja pela conexão ruim.Na busca pelo modelo e tecnologia ideal, o empresário do ramo imobiliário conheceu o engenheiro Daniel Oliveira Cunha, que no quintal de casa, em Itajaí, passou a desenvolver o projeto.

Para que a iniciativa saísse do papel, a dupla precisou investir tempo e dinheiro. O especialista em tecnologia largou o emprego em que estava e passou a se dedicar integralmente ao projeto. Os dois não revelam quanto foi gasto até aqui, mas desde então, dois anos se passaram.

Até semanas atrás, quando ficou pronto o protótipo, a mesa do jardim de casa, transformado numa espécie de oficina improvisada, estava repleta de equipamentos. Agora, o modelo do produto, que se assemelha a um totem de informações turísticas tradicional, ocupa um pedacinho de grama ao lado da piscina.

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– Já tinha um pouco de experiência na área de tecnologia. Juntamos as ideias e desenvolvemos este produto. A proposta é colocar em vias públicas, pontos turísticos e partes importantes das cidades, facilitando a vida do turista e até do cidadão comum – detalha Cunha.

Para chegar ao desenho atual do produto, que ainda não foi batizado, houve muita pesquisa e simulação. Ao todo, foram quatro revisões de design. O engenheiro destaca que 95% dos materiais usados na produção são nacionais. A estrutura física e a parte eletrônica foi toda projetada e executada por Cunha.

Entre as dificuldades desta etapa estava a necessidade de criar algo resistente, por exemplo, à tentativa de furto e depredação ou à maresia. Sistema operacional e programação foram desenvolvidos por uma empresa parceira.

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– Não existia nada igual em nenhum lugar do mundo até então. É algo que a gente acredita, o último ano foi de bastante trabalho – afirma Clauman Junior.

O protótipo agora entrou em fase de testes e aperfeiçoamento. A previsão é concluir na segunda quinzena deste mês, para então ser colocado à venda. Cada unidade deve custar cerca de R$ 60 mil. O desafio agora é encontrar investidores. A expectativa dos sócios é levar o projeto para todo Brasil. O modelo tem, por exemplo, espaço para publicidade, o que ajuda a monetizar o negócio.

– Fizemos tratativas, mas nada concreto. Nosso plano é colocar o produto em todas as capitais ainda neste ano – detalham.

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Foto: Marcos Porto / Agência RBS

O que oferece

O terminal projetado em Itajaí vem com informações sobre pontos turísticos, localização do usuário, serviços essenciais da cidade (transporte, bombeiros, polícia, encanadores etc.) e endereços de estabelecimentos comerciais, como supermercados e restaurantes.

Também contará com internet wi-fi gratuita e até quatro opções de idiomas de acesso. O equipamento estará apto para o uso de cadeirantes, com conteúdo na altura ideal.

O engenheiro Daniel Oliveira Cunha diz ainda que o produto vai oferecer aplicativos para smartphones, fazendo com que os turistas possam baixar e receber informações atualizadas sobre a cidade que estão visitando, além do calendário de eventos e festas.

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O terminal – que tem mais de 100 quilos – não risca, é anti-vandalismo e tem câmera de vigilância em alta definição. As características estruturais o fazem adaptável a qualquer cidade do país, segundo seus criadores.

Propostas parecidas

Há registros de iniciativas semelhantes a desenvolvida em Itajaí pelo menos no Rio de Janeiro e em Nova York, nos Estados Unidos. Na capital carioca, terminais digitais começaram a ser instalados na orla de praias em outubro deste ano – o investimento no projeto é de R$ 13,7 milhões.

O aparelho tem características parecidas com as do produto catarinense, mas não oferece sinal de internet gratuito, por exemplo. Em contrapartida, traz outros acessórios como carregador de celular e a possibilidade de encher pneu de bicicleta.

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O terminal anunciado para Nova York é uma espécie de orelhão com distribuição de wi-fi, teclado para chamadas gratuitas dentro dos Estados Unidos e tomada para carregamento de celulares. Por lá a ideia deve deslanchar neste ano.