A sociedade pós-moderna está cada vez mais organizada. O almejado Estado de bem-estar social consiste em uma das grandes promessas dos países em desenvolvimento. Para chegar lá, é necessário atacar de frente o grande mal: a corrupção. Na visão do célebre Machado de Assis, a vaidade é um princípio da corrupção. A Igreja Católica vai além. O Papa Francisco, que dedicou obra inteira ao assunto, afirma: “… o corrupto não conhece a fraternidade ou a amizade, só a cumplicidade”.

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Definida como ato de subornar alguém para levar vantagem, a corrupção está em todo lugar. Quando se escapa de uma multa, quando se fura a inscrição em um programa social, quando se utiliza de acesso privilegiado para sair na frente dos outros, e até mesmo quando se falsifica uma simples carteira de estudante para alegar maioridade ou frequência a uma instituição, está se praticando um ato de corrupção. A questão alcança proporções estratosféricas ao envolver interesses políticos e grandes organizações empresariais.

Hoje a estimativa é de que consuma US$ 2,6 trilhões no mundo ao ano, recursos suficientes para reerguer economias nacionais e acabar com a fome de populações inteiras. A Lei Anticorrupção, que pairava no limbo há anos no Congresso, só foi sancionada em agosto, após o clamor dos movimentos sociais que ganharam as manchetes nacionalis e internacionais. Prevista para entrar em vigor em 2014, a legislação responsabiliza administrativa e civilmente as empresas por atos contra a gestão pública.

A própria prisão dos mensaleiros revela um novo comportamento da Justiça. Nos traz esperança, acima da experiência. Porém, é preciso tornar regra a punição para os responsáveis por crimes ao patrimônio público e dolo moral à sociedade.

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