Desde a adoção do novo modelo do setor elétrico em 2004 muito se avançou com planejamento dos leilões, com o consequente aumento da oferta para atender uma carga sempre crescente, mesmo nos anos de PIB baixo. As questões ambientais, a política de mudanças climáticas, a questão indigenista etc., interferiram na forma de inserir as abundantes fontes de energia que o Brasil dispõe.

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Ficamos mais dependentes das questões climáticas – chuva e vento e de um pesado sistema de transmissão. Apesar de termos construído uma base térmica, que hoje está salvando o Brasil de um racionamento, ainda estigmatizamos essa fonte por ser cara e suja. Em 2013, ficou evidente a necessidade do uso de térmicas. As de carvão, com 15% da capacidade instalada, por terem menor custo, foram despachadas a pleno. O nível de despacho do Complexo Jorge Lacerda-SC, o maior do Brasil, foi 10% superior a 2000, ano anterior ao racionamento.

A operação hidrotérmica está no centro da discussão. A necessidade de usinas hidráulicas é unanimidade, e a complementaridade de usinas térmicas tem uma função vital na segurança energética do Brasil. Não precisamos esperar pela descoberta e pelo desenvolvimento do gás natural, hoje inexistente. Podemos usar a grande reserva de carvão que temos no Sul do Brasil.

É preciso ver o exemplo da Alemanha, onde Barbara Hendricks, ministra do Meio Ambiente afirmou: “Não devemos demonizar o carvão mineral, pois contribui com a segurança energética a custo competitivo”. Creio que chegou a hora de usar o carvão como solução estruturante, reduzindo o custo de despacho das térmicas, assegurando ao sistema a garantia de energia firme e despachável perto do centro de carga, fornecendo mais confiabilidade ao sistema de transmissão.

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