“Aciência é uma cabeça de acertos” (Alcides Abreu, outono de 2014). O Estado (governo) não é fator externo da economia. Integra-no, além das três funções básicas do dinheiro (meio de troca, reserva de valor e padrão de valor), uma quarta função, mais relevante: a de ser o catalisador sustentável (agente necessário para provocar e manter o crescimento econômico), haja vista sua essencialidade (sem o seu fornecimento o desempenho da economia se reduz até a paralisação total).

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Hoje as demandas por dinheiro ultrapassam as fronteiras das poupanças mobilizáveis, razão pela qual a Revolução Keynesiana não está completa: ele é escasso e caro no geral. Ora, radicalizar é impositivo.Por ser categoria macroeconômica, cabe ao governo a responsabilidade de fornecer o dinheiro à economia, desconstruindo a ideia de que esse fornecimento decorre do aumento da taxa de juros ou outra causa. Até porque isso impossibilita as empresas de utilizarem a sua capacidade total, mesmo que haja procura. Nessa ótica, não há razão para remunerar a poupança pública (renda líquida do governo) – o juro é dispensado e a economia não estaria mais dependente de poupança privada (dos consumidores), nem de índices-empréstimos-depósitos das instituições financeiras para se ter acesso ao dinheiro.

Estará feita a “revolução creditícia”: bancos e instituições financeiras emprestariam dinheiro dentro de regras estritamente comerciais, sem precisar contar com depósitos de famílias e corporações. Estado competente fornece dinheiro, compreendido como catalisador da sustentabilidade.