A engenheira eletricista Morgana de Lemos saiu de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e veio a Florianópolis para fazer mestrado na área de eletromagnetismo. Mal sabia ela que a mudança traria um novo rumo para sua vida profissional: em 2020, a mineira criou a Pega na Porta, uma marca de comida natural e personalizada para dieta de pets. Com uma mente empreendedora, Morgana abraçou a ideia, e hoje, aos 32 anos, já está produzindo mais de duas toneladas de alimento por mês.

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A ideia surgiu quando Morgana ficou cuidando do cachorro de sua amiga, que tinha alergia e não podia comer ração tradicional. Assim, a mineira passou a alimentá-lo com comida natural, e percebeu que ele ficava muito feliz com as refeições. Isso fez com que ela se questionasse: Por que as pessoas não dão comida natural para os pets?

— Minha amiga respondeu que, as pessoas até querem dar comida natural para seus pets, mas não tem tempo de cozinhar. Então eu pensei: “tempo é dinheiro” — conta Morgana.

Assim, a Pega na Porta começou. Morgana conta que foi atrás de consultorias de São Paulo, além de nutricionistas especializadas em alimentação para pets. O negócio foi um sucesso e não demorou muito para crescer.

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— Eu comecei sozinha, então durante um ano eu fiz todas as atividades, desde compras no Ceasa, insumo, venda, cobrança, produção, embalagem, limpeza, marketing, tudo sozinha. Depois, nos outros três anos eu já comecei com os funcionários. Hoje, além de mim, a gente tem duas pessoas no financeiro administrativo, três pessoas na cozinha e um motoboy entregador — diz a empreendedora.

Comidinhas naturais

O Pega na Porta trabalha com porções avulsas de até 250 gramas, caldo de ossos (para cães e gatos) e petiscos naturais, tudo pensado por especialistas em alimentação canina, contendo ingredientes que atendem todas as exigências nutricionais diárias do cão, livre de glúten, transgênicos, corantes e conservantes artificiais.

A marca possui quatro opções de alimentação, contendo uma proteína principal, complementos de legumes, grãos, temperos saudáveis e enriquecimento vitamínico. Além disso, a Pega na Porta ainda vende petiscos desidratados 100% naturais.

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As porções vêm congeladas e embaladas a vácuo. O dono do pet pode optar em comprar a porção avulsa, ou em pacotes para 15 ou 30 dias, com sabores sortidos. Além das receitas tradicionais clássicas, a empresa ainda faz receitas personalizadas sob encomenda, de acordo com a demanda do pet.

Mercado em expansão

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o setor de alimentação para pets (PetFood) é o que mais cresce, e é o mercado mais lucrativo no Brasil. Ainda segundo o órgão, o setor deve movimentar o equivalente a R$ 64,3 bilhões em 2024 no país, com uma taxa anual de crescimento de 15%.

Em Santa Catarina, o mercado Pet registrou um crescimento de 120% no número de estabelecimentos como hospitais veterinários, clínicas (com ou sem cirurgia) e consultórios, saltando de 1.232 para 2.719 entre os anos de 2022 a 2024. Os dados são do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado (CRMVsc).

Morgana decidiu entrar nesse ramo porque acredita que hoje as pessoas estão entendendo que o espaço que um pet ocupa na vida de uma família é de um integrante, que merece ter qualidade de vida:

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— Ele é um cachorro, ele é um animal, mas ele é um integrante da família, então a gente pensa em proporcionar uma qualidade de vida e amplificar a estadia dele aqui na Terra, aumentar os anos dele de vida com saúde. Eu acredito que é um ramo promissor porque as pessoas estão enxergando esse papel do cachorro e estão preocupadas em proporcionar uma qualidade de vida para eles — explica a engenheira.

Futuras jovens empreendedoras

A dona da marca Pega na Porta ainda aconselha as futuras jovens empreendedoras a não terem medo, aceitarem os “nãos” e os desafios que podem surgir no meio do caminho. Morgana ainda frisa que se alguém pretende abrir um negócio de sucesso, precisa querer muito, para trabalhar muito, porque esse é o primeiro passo para dar certo.

— Ir em frente, pesquisar, acreditar no potencial, não ser influenciada por pessoas muito maiores que você, porque elas acabam gerando uma ansiedade e, às vezes, te afundando. Então, respeitar o processo de crescimento, não desistir nos primeiros desafios ou nas primeiras nuvens que passarem. Por fim, para todas, né, que com certeza elas são muito mais fortes do que elas imaginam. É isso — finaliza Morgana.

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*Sob supervisão de Andréa da Luz

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